PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL (PPGPS)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de QUALIFICAÇÃO: LIDIANE SILVA DE ARAUJO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: LIDIANE SILVA DE ARAUJO
DATA: 02/05/2017
HORA: 14:30
LOCAL: Auditório 412
TÍTULO: OBESIDADE, IDENTIDADE, ESTIGMA E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS
PALAVRAS-CHAVES: Obesidade; imagem corporal; estigma; identidade; representações sociais.
PÁGINAS: 137
RESUMO: Considerando que as implicações da obesidade transpõem o domínio da saúde, buscou-se apreender as representações sociais (RS) da obesidade elaboradas por diversas pertenças sociais (grupos com histórico de obesidade, população geral e futuros profissionais de áreas relacionadas ao tratamento da obesidade). Ancorada nas teorias das representações sociais e da identidade social, esta tese defende que a análise das pertenças sociais é condição basilar para a apreensão contextualizada das RS da obesidade, painel que viabiliza a compreensão de correlatos psicossociais relevantes implicados na tessitura da obesidade. Nesta tela, cinco estudos foram estruturados. Estudo 1. Objetivou comparar as RS da obesidade e da autoimagem elaboradas por 145 pessoas gastroplastizadas (n=69) e aspirantes à gastroplastia (n=76), a maioria do sexo feminino, com idades de 18 a 60 anos (M=35,05; DP=7,80), membros de grupos relacionados à cirurgia bariátrica. Utilizou-se como instrumento a associação livre (estímulos: "obesidade" e "eu mesmo(a)"), cujas evocações foram submetidas à análise lexicográfica pelo EVOC. Para os dois grupos, a tristeza foi associada à obesidade, sugerindo uma vulnerabilidade da condição a assinalamentos depressivos. Além disso, como doença estigmatizada, a obesidade foi associada a uma marca moral, cuja vergonha é denunciada pelo próprio corpo, implicando positiva ou negativamente a qualidade da autoimagem dos atores sociais que realizaram (esforçados) ou não (gordos) o procedimento cirúrgico. Estudo 2. Objetivou conhecer as RS da gordofobia elaboradas por usuários de internet. As opiniões constituíram um corpus textual submetido à análise lexical pelo IRAMUTEQ, desdobrando cinco classes temáticas. Evidenciou-se que a ancoragem da obesidade como doença epidêmica justificou a expressão do preconceito baseado no peso na maioria dos comentários, muitos dos quais negaram a existência da gordofobia, destacando, por outro lado, a preocupação com a saúde, identificando as pessoas gordas como inferiores e responsabilizando-as por suas "inadequações" corporais. Estudo 3. Objetivou conhecer como futuros profissionais de áreas relacionadas ao tratamento da obesidade representam a obesidade e a pessoa com sobrepeso. Participaram 276 estudantes de uma IES pública da cidade de João Pessoa-Paraíba, com idades de 17 a 49 anos (M= 22,7; DP = 4,91), distribuídos em cursos de Medicina (n=35,9%), Nutrição (26,4%), Educação Física (17,8%) e Psicologia (19,9%), os quais responderam aos estímulos "obesidade" e "pessoa gorda". Os dados referentes a este estudo seguem em análise, assim como os estudos 4 (adaptar e validar uma medida de estigma internalizado ao contexto brasileiro) e 5 (mensurar o estigma de peso em pessoas com histórico de obesidade - pessoas em emagrecimento, aspirantes à gastroplastia, modelos plus size e militantes contra a gordofobia - e analisar como as RS da obesidade e da autoimagem elaboradas por diferentes grupos com histórico de obesidade se organizam em função da presença/ausência de internalização do estigma de peso) seguem em desenvolvimento. Espera-se que os estudos conduzidos nesta tese ampliem a produção nacional do conhecimento científico sobre o tema, destacando o papel da Psicologia Social, assim como as sugestões de estudos futuros e a viabilidade de políticas públicas no âmbito da obesidade.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 332067 - MARIA DA PENHA DE LIMA COUTINHO
Interno - 1024895 - MARIA DE FATIMA PEREIRA ALBERTO
Externo à Instituição - ANDREA XAVIER DE ALBUQUERQUE DE SOUZA