PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL (PPGPS)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de QUALIFICAÇÃO: FRANKLEUDO LUAN DE LIMA SILVA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: FRANKLEUDO LUAN DE LIMA SILVA
DATA: 18/07/2017
HORA: 10:00
LOCAL: Sala 402 - CCHLA
TÍTULO: Raciocínios morais de justiça e de perdão em padres
PALAVRAS-CHAVES: Raciocínio moral da justiça, raciocínio moral do perdão, padres, Catecismo da Igreja Católica
PÁGINAS: 202
RESUMO: O objetivo desta tese foi verificar os raciocínios morais de justiça e de perdão em padres e sua relação com os ensinamentos prático-doutrinais do Catecismo da Igreja Católica referentes à justiça e ao perdão. Duas teorias serviram de base para este tudo: a teoria do desenvolvimento do julgamento de justiça, de Lawrence Kohlberg, e a teoria desenvolvimento do raciocínio de perdão, de Robert Enright. Cada autor apresenta uma tipologia de estágios, que representam a complexidade no raciocínio frente às decisões morais. Participaram do estudo 30 padres da Arquidiocese da Paraíba. Como instrumento, foi utilizado um questionário composto por dois dilemas morais, o primeiro voltado para identificar os estágios dominantes do pensamento de justiça e o segundo voltado para identificar os estágios dominantes do raciocínio de perdão. Verificou-se o uso predominante de raciocínios de justiça pautados na valorização da obediência à lei ou às convenções para a manutenção da ordem social (estágio 4 na tipologia de Kohlberg), e de raciocínios baseados na compreensão de que as pessoas têm direitos individuais, sendo possível, por meio de canais legais e acordos democráticos, alterar leis ou costumes morais eventualmente injustos (estágio 5).Para o raciocínio de perdão, foram dominantes os estágios 3 (na classificação de Enright), que está em consonância com as expectativas do grupo de pertença; seguido do estágio 2,5, baseado em uma compensação moral exemplificada no pedido de desculpas e na mudança atitudinal do ofensor. Comprovou-se, por meio de um teste de correlação de Spearman, uma relação de necessidade entre raciocínios de justiça e raciocínios de perdão, indicando que quando o pensamento de justiça avança, o pensamento de perdão também avança em algum grau. Verificou-se, através de um teste não paramétrico U de Mann Whitney, que os padres que coordenam paróquias com programas pastorais ativos, socialmente engajados, apresentam raciocínios de justiça e de perdão mais complexos (avançados), em razão de, presumivelmente, conhecerem e considerarem as necessidades particulares, as circunstâncias atenuantes e a perspectiva das pessoas antes de emitirem julgamentos de justiça e de perdão.Relativamente ao conteúdo das respostas dos padres sobre a pergunta “O que significa justiça?”, as categorias mais frequentes – “igualdade” “direitos e deveres”, “cumprir a lei”, “equilíbrio social” – são alinháveis às concepções de justiça constantes no texto doutrinal do Catecismo da Igreja Católica e corroboram o predomínio do uso dos estágios 4 e 5 de pensamento de justiça, pautados, respectivamente, na entronização da lei como uma entidade inviolável e na reelaboração de leis, mediante procedimentos contratuais democráticos, a fim de se maximizar o bem-estar geral. Com relação às respostas sobre a questão “O que significa perdoar?”, a maioria dos padres, compativelmente com as concepções de perdão evocadas pelo Catecismo, enfatizou a diminuição/interrupção dos afetos e sentimentos negativos eliciados pela mágoa, o reconhecimento da natureza falível do humano, o perdão como um crédito de confiança e como uma atitude que expressa amor, doação e compaixão.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1520147 - JULIO RIQUE NETO
Interno - 329304 - CLEONICE PEREIRA DOS SANTOS CAMINO
Externo à Instituição - FRANCISCO ALMEIDA DE LUCENA