Banca de QUALIFICAÇÃO: BRUNO ROLIM BAGGIO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: BRUNO ROLIM BAGGIO
DATA: 01/11/2017
HORA: 15:00
LOCAL: Sala 01 Pós
TÍTULO: O DESENVOLVIMENTO MORAL EM WINNICOTT E PIAGET: DA DEPENDÊNCIA ABSOLUTA À AUTONOMIA MORAL
PALAVRAS-CHAVES: Winnicott; Piaget; desenvolvimento moral; psicanálise; epistemologia genética; dependência; autonomia
PÁGINAS: 95
RESUMO: O presente trabalho consiste em um estudo teórico sobre o desenvolvimento da moralidade e é resultado de um esforço de articulação entre duas teorias morais originárias de abordagens diferentes: a psicanálise, de Donald Woods Winnicott e a Epistemologia Genética, de Jean Piaget. A psicologia do desenvolvimento moral é um campo de pesquisa muito influenciado pelos estudos de Piaget, principalmente os publicados em “O Juizo Moral na Criança” (1932/1994). Este livro de Piaget, assim como a maioria dos estudos que se faz nesse campo, aborda o desenvolvimento da moralidade sob uma perspectiva cognitivista. Os estudos de Winnicott, por sua vez, abordam o problema de um ponto de vista afetivo. Como procuramos demonstrar no decorrer do trabalho, a cooperação entre estas duas abordagens pode contribuir significativamente na construção de uma compreensão mais ampla sobre o processo de evolução moral. A despeito de algumas divergências, foi possível notar a complementariedade entre as teorias morais dos dois autores no que diz respeito, principalmente, a três aspectos. O primeiro, como já mencionado, se refere à complementariedade entre as perspectivas afetivas e cognitivas. O segundo é referente ao período do desenvolvimento estudado: Piaget teoriza sobre uma moralidade mais tardia, relacionada as funções psíquicas superiores, como as capacidades representativa e conceitual que caracteriza o pensamento da criança mais velha e do adolescente; Winnicott, por outro lado, está preocupado com uma moralidade mais primitiva, ligadas aos processos sensório-motores dos bebês e crianças pequenas. O terceiro aspecto é relacional: enquanto Piaget descreve a autonomia (a “verdadeira” moralidade) como resultado das relações simétricas de cooperação que a criança estabelece com seus iguais; Winnicott, e os psicanalistas, priorizaram a análise das relações assimétricas, da criança com os adultos, e suas consequências para o desenvolvimento moral. Nas análises de Freud sobre os conflitos edípicos e a formação do superego, o foco é nas relações entre a criança pequena e a figura do pai. As ideias de Winnicott sobre o desenvolvimento da compaixão (Concern), por sua vez, estão contextualizadas nas relações primitivas do bebê com a mãe. Para proceder essa articulação, sentimos a necessidade de realizar um estudo preliminar com objetivo de contextualizar a teoria moral de Piaget no movimento de evolução de seu pensamento. Como procuramos demonstrar, os estudos de Piaget sobre os processos primitivos da inteligência sensório motora são fundamentais para uma reformulação de sua teoria moral e preparam caminho para as articulações com as ideias de Winnicott. Através das coordenações teóricas mencionadas acima, portanto, buscamos compreender os processos envolvidos no desenvolvimento da moralidade, desde a dependência absoluta que caracteriza os bebês humanos até a autonomia que se espera dos adultos maduros.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1520147 - JULIO RIQUE NETO
Interno - 329304 - CLEONICE PEREIRA DOS SANTOS CAMINO
Externo à Instituição - ADRIAN OSCAR DONGO MONTOYA