PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL (PPGPS)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de QUALIFICAÇÃO: KATRUCCY TENÓRIO MEDEIROS

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: KATRUCCY TENÓRIO MEDEIROS
DATA: 27/02/2018
HORA: 14:30
LOCAL: SALA CCHLA 404
TÍTULO: MODELO EXPLICATIVO DA EXCLUSÃO SOCIAL DE MULHERES USUÁRIAS DE DROGAS COM BASE NO PRECONCEITO E NOS ESTEREÓTIPOS DE GÊNERO
PALAVRAS-CHAVES: USUÁRIAS DE DROGAS; EXCLUSÃO SOCIAL, PRECONCEITO
PÁGINAS: 188
RESUMO: Ao longo da história, as mulheres se constituíram numa categoria construída social e politicamente sob os pilares dos processos de exclusão. Ainda que se visualize uma diminuição da rigidez social referente aos gêneros, as mulheres ainda se defrontam com o preconceito como seu maior adversário. Defendido enquanto sexismo, o preconceito dirigido às mulheres, além da sua manifestação direta, tem se expressado também numa versão mais sutil ou simbólica. Assim, se coloca o seguinte problema: as mulheres ao se envolverem em comportamento considerados “transgressores”, como o consumo abusivo de drogas, deflagraria o preconceito sob a sua forma mais direta? E quais fatores estariam subjacentes a esta expressão do preconceito e a exclusão social desse grupo de pertença? Assume-se como pressupostos que, embora haja o discurso da inclusão, as mulheres usuárias de drogas constituem-se alvo de exclusão social, onde são atribuídas características de periculosidade e moralização, além da contramão dos estereótipos de gênero. Para responder esta pergunta, realizou-se quatro estudos empíricos, cujo objetivo concentrou-se em criar um modelo explicativo da exclusão social de mulheres usuárias de drogas com base nas medidas do preconceito e nos estereótipos de gênero. O Estudo 1, de caráter transcultural, usando método quanti-qualitativo, consistiu na comparação dos estereótipos atribuídos à mulher e à mulher usuária de drogas, com 100 universitários brasileiros com idade média de 22 anos e 100 portugueses (idade média 22 anos). Utilizou-se a TALP com os termos indutores mulher e mulher usuária de drogas, analisada por meio do software IRAMUTEQ, com a análise de frequência. Sobre o estímulo “mulher”, em ambos os grupos estiveram onipresentes os estereótipos: “bonita/vaidosa”; “forte/guerreira”; e “maternal”. Já sobre a mulher usuária de drogas foi atribuída para ambos os grupos o estereótipo de viciada/dependente, sendo também associado pelos brasileiros o estereótipo de “vulnerabilidade” e da “Triste/solidão”; e para os portugueses o estereótipo “desleixada/suja”. O Estudo 2 foi de caráter correlacional, utilizando uma amostra de 208 universitários brasileiros, sendo 64% mulheres com idade média de 23 anos, objetivou criar, adaptar e validar das seguintes medidas: Escala de Estereótipos Femininos frente às Mulheres Usuárias de Drogas (EEFMUD); Escala de Percepção de Ameaça frente às Mulheres Usuárias de Drogas (EPAMUD); Escala de Moralização frente às Mulheres Usuárias de Drogas (EMMUD); Escala de Intenção de Contato Social frente às Mulheres Usuárias de Drogas (EICSMUD); e Escala de Exclusão Social frente às Mulheres Usuárias de Drogas (EESMUD). Os resultados apontaram a adequação de bons indicadores de validade e de precisão. O Estudo 3 reuniu evidências de aceitabilidade das medidas empregadas no estudo anterior, utilizando a testagem com 200 universitários brasileiros, 59% mulheres com média de idade de 21 anos. Os resultados apontaram evidências de validade e precisão das medidas empregadas. Já o Estudo 4, buscou dimensionar o quanto os estereótipos, a percepção de ameaça, a moralização e à intenção de contato social explicam a exclusão social, com uma amostra de 400 universitários (61,5% mulheres) com média de 22 anos. O modelo hierárquico [F (3, 126) = 0,48, p < 0,000] revelou que apenas os estereótipos de gênero (ß = 0,08, p< 0,000); a percepção de ameaça ß = 0,34, p< 0,000); e a moralização (ß = 0,37, p< 0,000), tiveram efeito preditor estatisticamente significativo da exclusão social. Ao avaliar o efeito de mediação parcial dos Estereótipos, da Percepção de Ameaça e da Moralização na variável Exclusão Social, a partir da Intenção de Contato Social, observou-se os seguintes tais efeitos: λ = 0,21 (IC 90% = 0,17/0,03) p< 0,001 dos Estereótipos; da Percepção de Ameaça λ = 0,53 (IC 90% = 0,50; 0,04) p< 0,001; e a Moralização apresentou um efeito na Exclusão social de λ = 0,15 (IC 90% = 0,08; 0,02) p< 0,001. Conclui-se que o modelo de mediação parcial teve o melhor ajustamento, expressando alta aptidão e compatibilidade com as relações que foram elaboradas baseadas na teoria.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1285229 - SILVANA CARNEIRO MACIEL
Interno - 2014467 - CARLOS EDUARDO PIMENTEL
Externo ao Programa - 1519736 - TATIANA DE LUCENA TORRES