PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL (PPGPS)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de QUALIFICAÇÃO: EMERSON ARAÚJO DO BÚ

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: EMERSON ARAÚJO DO BÚ
DATA: 06/06/2018
HORA: 14:00
LOCAL: CE - Sala de reuniões
TÍTULO: REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DO VITILIGO: DIMENSÕES VERBAIS DA MARCA BRANCA
PALAVRAS-CHAVES: Vitiligo; Representações Sociais; Psicologia Social.
PÁGINAS: 119
RESUMO: O Vitiligo é uma afecção de etiologia complexa e não consensual, que estima atingir até 2% da população mundial, caracterizando-se por provocar a formação de acromias através da despigmentação da pele. Consensualmente, entende-se que se apresenta de forma assintomática na dimensão físico-orgânica de quem o dispõe. Não obstante, as máculas esbranquiçadas provocam experiências subjetivas e intersubjetivas de estranhamento, causadas, prevalentemente, pela sua exposição no contexto social. Destarte, pode-se dizer que o Vitiligo não é apenas mais uma doença que compõe o quadro nosográfico das afecções de pele, mas é, sobretudo, um objeto gerador de Representações Sociais (RS), que servem como guias do comportamento frente a este. Nesse contexto, tendo-se em vista que os estudos desenvolvidos sobre a temática, em grande maioria, focam em aspectos biológicos do processo de adoecimento da pele e, consecutivamente, demonstrando-se a incipiência de pesquisas que apreendam a afecção de forma holística, a presente dissertação buscou ampliar a compreensão do Vitiligo a partir da ótica de quem o possui, considerando-se seus valores, percepções, opiniões e ideias. Para tanto, foram realizados dois estudos empíricos. O primeiro objetivou apreender as RS do Vitiligo elaboradas por pessoas que possuem tal afecção. Neste, participaram 196 brasileiros, de todas as regiões do país, com idades de 18 a 70 anos (M=38,85; DP=12,53), prevalentemente do sexo feminino (70,02%), através da resolução online de um questionário sociodemográfico e da pergunta: “Para você, o que é Vitiligo?”. A Classificação Hierárquica Descendente e a Análise de Similitude do material coletado permitiram identificar enfoques multifacetados de compreensão da doença, em que o conteúdo emergido por meio da fala dos atores sociais ancora o entendimento desta a um saber de ordem ora apenas dermatológico/biomédico, ora psicodermatológico. Já o segundo estudo, teve por objetivo identificar o núcleo central e elementos periféricos das RS do Vitiligo, bem como da autoimagem que pessoas com a afecção possuem. Este, contou com a participação de 370 participantes de todas as regiões do Brasil, com idades de 18 a 67 anos (M=35,71; DP=12,11), prevalentemente do sexo feminino (80,7%), por meio da resposta online de um questionário sociodemográfico e da Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP). Destaca-se que na TALP a evocação de respostas dos participantes, foram dadas a partir dos estímulos indutores “Vitiligo” e “eu mesmo”, estando o último relacionado à percepção que a pessoa com a doença tem sobre si mesma. Os resultados indicaram, através da proeminência de evocações de ordem psicossocial, que as marcas de Vitiligo não se restringem à pele, mas sobrepõem-se a esta, uma vez que possuí-las, na dinâmica social estigmatizante e preconceituosa, afeta negativamente a vivência social, a autoimagem e a autoestima das pessoas com a afecção, ocasionando sentimentos autodepreciativos característicos na autoestigmatização. Em linhas gerais, os resultados dos dois estudos empíricos realizados evidenciaram que a compreensão do Vitiligo é perpassada por dimensões biopsicossociais. Tratam-se de contribuições significativas e inovadoras para a compreensão da afecção, ampliando-se o diálogo entre a Psicologia Social e a Dermatologia, no que diz respeito a produção social de saúde.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 332067 - MARIA DA PENHA DE LIMA COUTINHO
Interno - 1285229 - SILVANA CARNEIRO MACIEL
Externo à Instituição - ROSEANE CHRISTHINA DA NOVA SA