PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUTOS NATURAIS E SINTÉTICOS BIOATIVOS (PPGPN)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: MARIA ANGELICA SATYRO GOMES ALVES

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MARIA ANGELICA SATYRO GOMES ALVES
DATA: 19/10/2012
HORA: 08:30
LOCAL: Auditório do PgPNSB
TÍTULO: EFEITO DA FRAÇÃO AQUOSA DO EXTRATO ETANÓLICO DAS FOLHAS DE Cissampelos sympodialis Eichl. E MILONINA SOBRE A FUNÇÃO ERÉTIL DE RATOS
PALAVRAS-CHAVES: Cissampelos sympodialis, milonina, Disfunção erétil
PÁGINAS: 111
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Farmácia
RESUMO:

Os efeitos da fração aquosa do extrato etanólico das folhas de Cissampelos sympodialis Eichl. na função erétil de ratos foram estudados utilizando abordagens in vivo e in vitro. A FAFCS causou relaxamento do corpo cavernoso isolado de rato pré-contraído com fenilefrina de maneira dependente de concentração (Log CE50 = 2,535 ± 0,062; Emáx = 93,404 ± 6,730%, n = 5), efeito que não foi atenuado na presença de L-NAME (Log CE50 = 2,583 ± 0,057; Emáx = 79,917 ± 3,085%; n = 4) e tetrodotoxina (Log CE50 = 2,349 ± 0,091; Emáx = 85,583 ± 3,133%, n = 4), descartando a participação da NO-sintase e da descarga nitrérgica no efeito relaxante. O efeito máximo foi significantemente reduzido na presença de ODQ (Log CE50 = 2,480 ± 0,069; Emáx = 70,973 ± 1,674%*, n = 3) e KT-5823 (Log CE50 = 1,904 ± 0,206*; Emáx = 53,046 ± 9,730%*, n = 5), o que sugere a participação da CGs e da PKG nesse efeito. Na concentração de 3000 µg/mL, a FAFCS aumentou significantemente o conteúdo de GMPc no tecido cavernoso (38,5* ± 4,7, n = 4)  quando comparado ao grupo controle (16,9 ± 1,3, n = 4), sendo este efeito inibido na presença de ODQ (8,7 ± 0,5, n = 4), o que confirma a participação do GMPc no efeito relaxante da fração. A FAFCS causou relaxamento do corpo cavernoso isolado de rato pré-contraído com solução despolarizante de potássio 120 mM (Log CE50 = 1,011 ± 0,129*; Emáx = 59,068 ± 6,567%*), sendo esta significantemente menor em relação às preparações pré-contraídas com fenilefrina, sugerindo a inibição dos canais para cálcio dependentes de voltagem como mecanismo adicional de relaxamento. Foram realizados experimentos em que o modelo de diabetes induzido por estreptozotocina foi utilizado para a indução da disfunção erétil. Nessa abordagem, os animais foram divididos em cinco grupos sendo um grupo controle e quatro diabéticos. Dentre os diabéticos, dois grupos receberam tratamento com a FAFCS nas doses de 50 ou 100 mg/kg e um grupo recebeu sildenafila na dose de 1,5 mg/kg diariamente durante 24 dias. Os animais injetados com STZ tiveram um aumento significante da glicemia e redução do ganho ponderal (367,9 ± 27,7 mg/dL e 309,0 ± 19,0 g, respectivamente, n = 6) quando comparados ao grupo controle (100,0 ± 2,1 mg/dL e 547,9 ± 19,1g, respectivamente, n = 7) que não foram revertidos pelos tratamentos. Após esse período foram feitos testes in vivo e in vitro. O diabetes causou uma redução significante da relação ICP/MAP, característica de DE, (0,43 ± 0,09*, n = 4; 16 Hz) quando comparados ao controle (0,72 ± 0,03, n = 7; 16 Hz). Essa relação foi significante aumentada nos grupos tratados com a FAFCS 50 mg/kg (0,67 ± 0,05#, n = 5; 16 Hz), 100 mg/kg (0,62 ± 0,06#, n = 8; 16 Hz) e com a sildenafila (0,62 ± 0,07#, n = 6; 16 Hz) o que indica que são úteis para impedir o desenvolvimento da DE nesse modelo experimental. O relaxamento causado pela FAFCS no corpo cavernoso isolado dos ratos diabéticos foi significantemente reduzido (Emáx = 34,57 ± 11,45%, n = 4)  em relação ao controle (Emáx = 65,01 ± 3,04*%, n = 4). Os tratamentos com a FAFCS na dose de 50 mg/kg (Emáx = 49,57 ± 7,36%, n = 4), 100 mg/kg Emáx = 54,33 ± 5,49%, n = 5) e com sildenafila (Emáx = 48,87 ± 7,69%, n = 3)  foram capazes de impedir parcialmente a redução desse efeito. A responsividade do tecido cavernoso à fenilefrina foi significantemente aumentada (Emáx = 469,9 ± 38,1 mN/g, n = 4) em relação ao controle (Emáx = 288,0 ± 38,1 mN/g, n = 6) e esse efeito não foi atenuado em qualquer dos grupos tratados. A resposta contrátil ao estímulo elétrico foi significantemente maior no grupo STZ (1102,6 ± 114,1*, n = 4; 16 Hz) em relação ao controle (661,9 ± 50,0, n = 6; 16 Hz). Os diferentes tratamentos não atenuaram esse efeito. O relaxamento nitrérgico não foi alterado no grupo STZ bem como nos grupos tratados. A resposta relaxante para o NPS foi significantemente menor nos animais STZ (pD2 = 5,91 ± 0,19; Emáx = 74,53 ± 6,91%*, n = 4) em relação ao controle (pD2 = 5,70 ± 0,07; Emáx = 93,89 ± 3,88%, n = 7). Os diferentes tratamentos não melhoraram esse relaxamento. Foi estudado também o efeito da milonina, alcaloide 8,14-di-hidromorphinandienona isolado da fração aquosa do extrato etanólico das folhas de Cissampelos sympodilais, o qual apresentou efeito relaxante do corpo cavernoso isolado de rato pré-contraído com fenilefrina de maneira dependente de concentração (pD2 = 5,45 ± 0,15; Emáx = 80,33 ± 7,3%; n = 7). O relaxamento não foi alterado na presença de L-NAME (pD2 = 4,62 ± 0,19*; Emáx = 92,02 ± 3,01%; n = 6)  e carboxi-PTIO (pD2 = 5,54 ± 0,29; Emáx = 67,25 ± 6,03%; n = 4), descartando a participação da NOS na resposta relaxante. A curva de relaxamento foi significantemente deslocada para a direita na presença de ODQ (pD2 = 4,09 ± 0,16*; Emáx = 68,38 ± 8,27%; n = 6), sugerindo a participação de CGs no efeito relaxante da milonina no tecido cavernoso. O relaxamento não foi alterado na presença de TEA, 3mM (pD2 = 5,24 ± 0,34; Emáx = 86,67 ± 6,90%; n = 5), descartando a participação dos canais para potássio no efeito relaxante do alcaloide. Esses resultados sugerem que a milonina é, ao menos em parte, responsável pelo efeito da FAFCS no corpo cavernoso isolado de rato. Como conclusão a FAFCS causa relaxamento do corpo cavernoso isolado de rato pela via CGs- GMPc-PKG e por inibir os canais para cálcio, além disso, melhorou a função erétil dos animais com diabetes induzida por STZ. Os efeitos da FAFCS podem ser explicados em parte pela presença da milonina, que causou relaxamento mediado pela CGs.


MEMBROS DA BANCA:
Externo ao Programa - 2338179 - ALEXANDRE SERGIO SILVA
Presidente - 1174357 - ISAC ALMEIDA DE MEDEIROS
Interno - 336287 - MARGARETH DE FATIMA FORMIGA MELO DINIZ
Interno - 6336328 - REINALDO NOBREGA DE ALMEIDA
Externo à Instituição - RITA DE CÁSSIA ALIXO TOSTES PASSAGLIA - USP