PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUTOS NATURAIS E SINTÉTICOS BIOATIVOS (PPGPN)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: THAISA LEITE ROLIM

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: THAISA LEITE ROLIM
DATA: 11/09/2013
HORA: 14:00
LOCAL: PgPNSB
TÍTULO: ESTUDO DA TOXICIDADE E ATIVIDADE ANTITUMORAL DO ÓLEO ESSENCIAL DE Hyptis umbrosa SALZM. (LAMIACEAE) E DA FENCHONA, SEU COMPONENTE MAJORITÁRIO
PALAVRAS-CHAVES: Hyptis umbrosa. Óleo essencial. Atividade antitumoral. Toxicidade.
PÁGINAS: 128
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Farmácia
RESUMO:

O câncer é o nome dado a um conjunto de centenas de doenças distintas que decorrem do acúmulo progressivo de mutações. Seu tratamento tem se beneficiado dos estudos que se baseiam em pesquisas de fontes naturais. Vários compostos e derivados vegetais têm mostrado atividade antitumoral, dentre eles, os óleos essenciais. Hyptis umbrosa Salzm. é conhecida popularmente por aleluia do serrote e alfazema-do-mato e é pouco relatada na literatura, sendo o componente majoritário do óleo essencial das folhas dessa espécie (O.E.H.) o monoterpeno fenchona (24,8%). Esse trabalho teve como objetivo avaliar a toxicidade e atividade antitumoral do O.E.H. e da fenchona em modelos in vitro e in vivo. No ensaio de hemólise em eritrócitos de camundongos o valor de CH50 obtido foi de 494,9 μg/mL para O.E.H. e superior a 3000 μg/mL para a fenchona, o que sugere moderada e baixa toxicidade das amostras, respectivamente, para essas células não tumorais que são comumente afetadas pela terapia antineoplásica. O.E.H. mostrou fraco efeito antitumoral in vitro em linhagens de células tumorais humanas, enquanto que a fenchona não alterou a viabilidade celular em nenhuma das concentrações testadas. Após administração aguda do O.E.H. em camundongos foram observados efeitos depressores e excitatórios do Sistema Nervoso Central nos animais tratados com 2000 mg/kg do óleo. O valor estimado da DL50 foi em torno de 500 mg/kg. Apesar de não apresentar atividade antitumoral in vitro, O.E.H. (50, 100 ou 150 mg/kg) e fenchona (60 mg/kg), após nove dias de tratamento, mostraram significante atividade in vivo em modelo de carcinoma ascítico de Ehrlich (EAC), considerando os parâmetros volume, peso e viabilidade celular. O tratamento com O.E.H. (150 mg/kg) induziu parada do ciclo na fase G0/G1 e aumento da fração sub-G1, o que sugere morte celular por apoptose. Em conjunto com os resultados da marcação com anexina V-IP, onde houve pequeno aumento de células marcadas com anexina V, bem como com anexina V-IP, pode-se inferir que, possivelmente, as células em apoptose foram fagocitadas. A fenchona induziu parada do ciclo na fase S e aumentou significativamente a porcentagem de células marcadas com anexina V-IP, sem aumentar a marcação apenas com anexina V, o que sugere que está ocorrendo morte celular por necrose. Observou-se ainda, aumento na média de sobrevida dos animais transplantados com tumor de Ehrlich e tradados com o óleo essencial. As análises toxicológicas indicam que, após nove dias de tratamento com O.E.H. foi observado redução no peso corporal e baixa toxicidade hematológica e bioquímica. O tratamento com a fenchona induziu alteração nos parâmetros AST e ALT sugestivas de fibrose. A análise histopatológica indicou danos hepáticos após tratamento com O.E.H., entretanto, os danos foram considerados moderados e reversíveis. O.E.H. induziu aumento na quantidade de eritrócitos micronucleados, no ensaio do micronúcleo, apenas na maior dose testada (300 mg/kg). Portanto, é possível inferir que O.E.H. e fenchona apresentam atividade antitumoral in vivo com moderada toxicidade, o que não representa um fator limitante para a continuação de seus estudos pré-clínicos. Os dados permitem sugerir que a fenchona não é o único componente responsável pela atividade do óleo, uma vez que, mostrou atividade apenas no dobro na dose associada com sua quantidade no referido óleo.

Considerando a composição química do O.E.H., a fenchona encontra-se presente em 28 mg no referido óleo (100 mg). Por isso, foi utilizada uma dose de 30 mg/kg desse composto para a avaliação de sua atividade antitumoral in vivo. Entretanto, esta dose não mostrou atividade antitumoral em células de carcinoma ascítico de Ehrlich, e por isso, foi realizada a avaliação da atividade com o dobro dessa dose (60 mg/kg), dose esta que mostrou significante efeito antitumoral in vivo no modelo avaliado. Então, os resultados mostram que a atividade antitumoral do O.E.H. é provavelmente atribuída a mistura de seus constituintes como o limoneno, espatulenol, β-cariofileno, α-humeleno, todos com ação anticâncer reconhecida (COMPAGNONE et al., 2010; ALCÂNTARA et al., 2010), e não apenas ao componente majoritário isolado. 


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 338029 - HILZETH DE LUNA FREIRE PESSOA
Externo ao Programa - 2115773 - LIANA CLEBIA SOARES LIMA DE MORAIS
Interno - 1117945 - MARCIA REGINA PIUVEZAM
Presidente - 1632241 - MARIANNA VIEIRA SOBRAL CASTELLO BRANCO
Externo à Instituição - TERESINHA GONCALVES DA SILVA - UFPE