PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUTOS NATURAIS E SINTÉTICOS BIOATIVOS (PPGPN)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: SARAH REBECA DANTAS FERREIRA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: SARAH REBECA DANTAS FERREIRA
DATA: 12/08/2022
HORA: 14:00
LOCAL: Link para videoconferência: https://meet.google.com/yij-zqcj-ffw
TÍTULO: Hibiscus sabdariffa L. previne alterações na composição corporal e na função e reatividade das vias aéreas de ratos submetidos a um modelo de asma exacerbada pela obesidade: determinação do mecanismo de ação
PALAVRAS-CHAVES: Obesidade, asma, asma exacerbada pela obesidade, vias aéreas, reatividade contrátil, Hibiscus sabdariffa
PÁGINAS: 294
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Farmácia
RESUMO: Obesidade e asma quando associadas resultam em um fenótipo de asma com sintomas mais graves e redução da resposta ao tratamento com corticosteroides; entretanto, o exato mecanismo responsável por estas alterações permanece incerto. Nesse contexto, uma droga promissora é o Hibiscus sabdariffa L, popularmente conhecida como “hibisco”, que já demonstrou atividade antiobesidade e ação espasmolítica em traqueia de cobaia. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi padronizar e implantar um modelo animal de asma exacerbada pela obesidade utilizando uma dieta de alto índice glicêmico (DAIG) e ovalbumina (OVA), caracterizando in vivo e in vitro, morfológica e funcionalmente, as alterações induzidas pela doença, avaliando também se o tratamento com o hibisco preveniria as alterações induzidas por esta, caracterizando o seu mecanismo de ação. Ratos Wistar (n = 5-6) foram divididos em grupos controle (GC), obeso (GO), asmático (GA), obeso asmático (GOA), obeso asmático dexametasona (GOADEXA), obeso asmático hibisco 250 mg/kg (GOAH250), obeso asmático hibisco 500 mg/kg (GOAH500) e obeso asmático hibisco 1000 mg/kg (GOAH1000). Os protocolos experimentais foram aprovados pela CEUA/UFPB (5975030920). Observou-se que parâmetros relacionados à obesidade, como peso corporal, circunferência abdominal, índice de massa corpórea (IMC) e índice de adiposidade foram aumentados nos GO e GOA. O tratamento com dexametasona ocasionou perda de peso comparado ao GOA, entretanto não reverteu o aumento dos demais parâmetros observados. Hibisco, nas doses de 500 e 1000 mg/kg, preveniu o aumento de peso, de IMC, da circunferência abdominal e da adiposidade. A indução da obesidade também foi comprovada histologicamente, com aumento do diâmetro do tecido adiposo nos animais que consumiram a DAIG (GO e GOA), havendo prevenção destas no GOADEXA e no GOAH500. Para caracterizar a implantação da asma, a função pulmonar foi avaliada através da técnica de espirometria (dias 1, 12 e 21 de indução da asma) e observou-se que não houve alteração da frequência respiratória, entretanto, ocorreu redução do volume corrente e volume-minuto no dia 21 nos GA e GOA e esta alteração não foi revertida no GOADEXA e no GOAH500. A histologia do pulmão demonstrou exacerbação da inflamação peribroncovascular no GOA em relação às doenças isoladamente, bem como hipertrofia do músculo liso e remodelamento da matriz extracelular, em comparação ao GC. Funcionalmente, a traqueia foi utilizada para avaliar a reatividade contrátil, relaxante e elucidar o mecanismo de ação. Os animais que foram previamente sensibilizados com OVA apresentaram resposta contrátil ao alérgeno (GA e GOA), sendo esta ainda maior no GOA e sem reversão nos GOADEXA ou no GOAH500. As vias eletromecânica ou induzida por histamina parecem não estar alteradas nas doenças, com exceção do GA que apresentou aumento da eficácia contrátil sem alteração da potência frente à histamina. Diferentemente, a adição de concentrações cumulativas de carbacol (CCh) induziu aumento da eficácia contrátil em GO, GA e GOA, sendo GOA ainda maior que GA e sem alteração da potência entre os grupos. Este aumento não foi alterado no GOAH250, porém GOAH500 e GOAH100 preveniram, sem alterar a potência. Já a reatividade relaxante ao nifedipino e à aminofilina não foram alteradas entre os grupos. Enquanto o relaxamento induzido por isoprenalina apresentou redução da eficácia nos GO, GA e GOA, quando comparado ao GC. Na elucidação do mecanismo de hiper-reatividade contrátil ao CCh, caracterizou-se a provável participação do ânion superóxido e dos produtos da cicloxigenase na asma, sendo o primeiro também alvo do mecanismo do hibisco. Diferentemente, a participação do péroxido de hidrogênio, da via do óxido nítrico e dos produtos da 5-lipoxigenase parecem não estar envolvidos nos mecanismos das doenças ou do hibisco. Entretanto, foi evidenciado uma modulação positiva da via Rho cinase no GOA, sendo este prevenido pelo tratamento com o hibisco. Diante destes resultados, conclui-se que um modelo inédito de asma exacerbada pela obesidade foi implantado, sendo este resistente ao tratamento com dexametasona, provavelmente ocorrendo por aumento da atividade de RhoA/ROCK. Este efeito é prevenido pelo tratamento com o hibisco, se tornando uma droga promissora para o tratamento desta condição.
MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - ANDRE SAMPAIO PUPO
Externo ao Programa - 1859718 - CAMILLE DE MOURA BALARINI
Presidente - 2337274 - FABIANA DE ANDRADE CAVALCANTE OLIVEIRA
Externo à Instituição - IOLANDA DE FÁTIMA LOPES CALVO TIBÉRIO
Interno - 1665027 - VALDIR DE ANDRADE BRAGA