PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO (PPGCN)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: FERNANDO PAIVA BRANDINI

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: FERNANDO PAIVA BRANDINI
DATA: 27/06/2025
HORA: 14:00
LOCAL: https://meet.google.com/evo-incu-fqo
TÍTULO: INSEGURANÇA ALIMENTAR: REPERCUSSÃO SOBRE EVOLUÇÃO DO CONSUMO DE FRUTAS E HORTALIÇAS DE USUÁRIOS DE PROGRAMA PÚBLICO DE PROMOÇÃO DA SAÚDE
PALAVRAS-CHAVES: Insegurança Alimentar, Atenção Primária a Saúde, Alimentação Saudável, Frutas e Vegetais
PÁGINAS: 92
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Nutrição
RESUMO: A Insegurança Alimentar (IA) envolve diversos fatores socioeconômicos, como concentração de renda e dificuldades no acesso a alimentos, e atinge principalmente famílias em territórios vulneráveis, nos quais também são caracterizados pelo pior acesso e disponibilidade de alimentos adequados, saudáveis e acessíveis economicamente. No que tange o consumo de alimentos in natura como as frutas e hortaliças (FH), é notório que apesar de constituírem a base para uma alimentação saudável para as recomendações ao redor do mundo seu consumo é reduzido entre indivíduos residentes em domicílios em IA. No Brasil, intervenções em saúde como o Programa Academia da Saúde (PAS) são necessárias para a promoção da saúde e da alimentação adequada e saudável (PAAS), e se apresentam como um importante aliado para o incentivo ao consumo de FH entre pessoas e famílias em vulnerabilidade, porém pouco se sabe se a IA vivenciada pela família de indivíduos usuários do PAS os impede de promover mudanças no consumo de FH mesmo após intervenções nutricionais. Assim, o objetivo desta dissertação é avaliar a associação entre IA do domicílio na evolução do consumo de FH entre participantes de um programa público de promoção à saúde de Belo Horizonte-Minas Gerais, Brasil após intervenção nutricional. Trata-se de um estudo longitudinal realizado com dados da linha de base (2014-2015) e reavaliações em 12, 36 e 48 meses de um Ensaio Comunitário Controlado e Randomizado realizado em unidades do PAS em Belo Horizonte- MG. A intervenção nutricional conduzida foi pautada em metodologias educativas problematizadoras e no Modelo Transteórico (MT). O consumo diário de FH foi investigado pela frequência de consumo de FV seguido da conversão do número de colheres de sopa de FH consumidos em gramas nos tempos avaliados, e o consumo foi avaliado através da divisão por quartis. A amostra foi dividida de acordo com a presença ou grau de IA de acordo bom a classificação da pontuação da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (=0 ou >1 ponto).Para variáveis categóricas foi realizado o teste estatístico Qui Quadrado de Person para variáveis categóricas e o teste T de Student para as contínuas. Para mensurar o efeito da intervenção no consumo de FH foi realizado o Modelo Diferenças em Diferenças (DiD), para estimar a diferença da gramatura do consumo entre todos os tempos e linha de base. Dois modelos foram construídos um não ajustado e outro ajustado por sexo, anos de estudo e renda per capta. Do total de participantes 3.279 indivíduos, 36,2% se encontravam em situação de IA, e consumiram menores quantidades de FV em relação aos que estão em situação de segurança (120,0 g vs. 160,0 g; p<0,001). Aos 12 meses de intervenção foi possível identificar no 2º quartil um aumento do consumo de FV no grupo em IA (GC: 306,2 a328,0 gramas; GI: 304,4 a 355,1gramas), DiD de 28,8 (p = 0,047). No 4º quartil, indivíduos em AS houve um declínio aos 12 meses (GC: 627.438 a 460.124 gramas; GI: 644.529 a 436.581 gramas, resultando em um DiD de -23,3; p=0,017). Conclusão: O efeito da intervenção variou entre os quartis de consumo, e os resultados foram semelhantes entre os grupos, independente da presença da IA no domicílio, o que revela a influência de fatores que se sobrepõem ao alcance da intervenção, como o ambiente alimentar, barreiras socioeconômicas e características estruturais do território em que foi realizado o estudo. A vulnerabilidade social, demanda de elaboração de políticas públicas mais abrangentes, que integrem ações intersetoriais que mitiguem a IA e melhore o acesso a alimentos saudáveis, são essenciais para que intervenções desse tipo sejam mais efetivas.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 3305510 - MARIANA SOUZA LOPES
Externo à Instituição - PATRÍCIA PINHEIRO DE FREITAS
Interno - 1144459 - SAVIO MARCELINO GOMES