PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO (PPGCI)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: FELIPE ARTHUR CORDEIRO ALVES

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: FELIPE ARTHUR CORDEIRO ALVES
DATA: 28/03/2025
HORA: 14:00
LOCAL: Sala Remota
TÍTULO: A colonialidade do saber na implantação da Ciência da Informação no Brasil: influências dos outsiders no processo de institucionalização sociocognitiva
PALAVRAS-CHAVES: Ciência da Informação; geopolítica do conhecimento; colonialidade do saber; institucio-nalização cognitiva; institucionalização social.
PÁGINAS: 260
GRANDE ÁREA: Ciências Sociais Aplicadas
ÁREA: Ciência da Informação
RESUMO: O colonialismo transformou relações socioeconômicas, geopolíticas, culturais e religiosas globalmente, que persistem nas diversas colonialidades, dentre as quais a do saber, impactando, em geral, as ciências e, particularmente, a Ciência da Informação. Diante disso, o objetivo geral desta pesquisa consistiu em analisar as influências da colonialidade do saber na implantação e na institucionalização da Ciência da Informação no Brasil. Para tanto, objetivou-se, especificamente, identificar os intelectuais estrangeiros (outsiders) que atuaram na implantação e na institucionalização da Ciência da Informação Brasil; visibilizar a participação dos outsiders identificados na produção científica nacional, nas orientações de dissertações e nas instituições da Ciência da Informação; examinar elementos da colonialidade do saber que, direta e/ou indiretamente, influenciaram a implantação e institucionalização da Ciência da Informação brasileira; compreender a influência de agentes externos na institucionalização social e cognitiva da área no Brasil; e investigar silenciamentos de saberes (epistemicídios) na produção científica da área no Brasil influenciados pela colonialidade do saber. Na pesquisa, pressupôs que a colonialidade influenciou a educação brasileira, incluindo a Ciência da Informação, inicialmente conformada por modelos estrangeiros, notadamente, estadunidenses e europeus; a intervenção de outsiders na sua implantação como um indício da colonialidade do saber; e a permanência dessa influência até os dias atuais. No que concerne aos procedimentos metodológicos, a pesquisa se caracterizou como exploratório-descritiva, com abordagem quantitativa e qualitativa, buscando “conhecer-com” os sujeitos em uma perspectiva metodológica não-extrativista, arqueológica, indiciária e de imaginação epistemológica. Na execução, foram realizados levantamentos acerca da atuação dos outsiders que participaram da implantação da área, no que se refere às suas respectivas produções científicas, às orientações de dissertações e à produção científica de seus orientandos em âmbito nacional. Para tanto, foram realizados levantamentos bibliográficos em três periódicos da Ciência da Informação e da Biblioteconomia, a saber, Ciência da Informação, Revista da Escola de Biblioteconomia da Universidade Federal de Minas Gerais e Revista de Biblioteconomia de Brasília. Posteriormente, foi realizado o levantamento das dissertações orientadas por esses agentes externos no mestrado em Ciência da Informação do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia. Por fim, foram levantadas as produções científicas dos orientandos dos agentes externos, objetivando examinar a influência de estrangeiros nessas produções. Os resultados da pesquisa evidenciam que a colonialidade do saber na Ciência da Informação se configura como um fenômeno complexo e multifacetado, cujos indícios são materializados em diferentes elementos de institucionalização cognitiva e social, tais como pesquisadores estrangeiros, linhas de pesquisa, problemas e temáticas abordados, produções científicas e referenciais teóricos adotados. A pesquisa culmina com a proposição de saídas teórico-metodológicas para a desconstrução da colonialidade de saberes na área, dentre as quais avulta a identificação de conhecimentos emergentes e a implementação de um projeto nacional de descolonização e de libertação da dependência epistêmica moderna e colonial da Ciência da Informação brasileira. Conclui-se que a institucionalização cognitiva e social da Ciência da Informação, no Brasil, evidencia as marcas da colonialidade do saber no pensamento informacional, com destaque para a intervenção direta de outsiders na produção do conhecimento, a desvalorização dos conhecimentos locais, a hierarquização epistemológica e a supremacia de conhecimentos do Norte Global.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 031.559.224-94 - EDIVANIO DUARTE DE SOUZA - UFAL
Interno - 3380685 - EDVALDO CARVALHO ALVES
Interno - 1346139 - CARLOS XAVIER DE AZEVEDO NETTO
Interno - 424.971.244-34 - GUSTAVO HENRIQUE DE ARAUJO FREIRE - UFRJ
Externo à Instituição - GUSTAVO SILVA SALDANHA
Externo à Instituição - LUCIANA DE SOUZA GRACIOSO
Externo à Instituição - WENDIA OLIVEIRA DE ANDRADE