PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO NAS ORGANIZAÇÕES APRENDENTES (MPGOA)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: FERNANDA KARLA FERNANDES DA SILVA GOES

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: FERNANDA KARLA FERNANDES DA SILVA GOES
DATA: 12/12/2019
HORA: 10:45
LOCAL: LLP/MPGOA
TÍTULO: O “QUARTO EXCLUÍDO”: GÊNEROS NÃO BINÁRIOS E FORMAÇÃO UNIVERSITÁRIA
PALAVRAS-CHAVES: Quarto excluído. Gênero não binário. Contextos de aprendizagem. Formação universitária. Instituto de Ensino Superior da Paraíba (IESP).
PÁGINAS: 323
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Educação
SUBÁREA: Tópicos Específicos de Educação
ESPECIALIDADE: Ensino Profissionalizante
RESUMO: No Século XXI, espectros de gêneros plurais compõem identidades, corpos, sexualidades e narrativas que, diante de suas performances e atos de gendramentos, muitas vezes expressam comportamentos antagônicos às prescrições do falocentrismo (marca de poder da superioridade masculina), do patriarcado (autoridade masculina), da heteronormatividade (dispositivo de poder imposto como única identidade sexual válida), do heterossexismo (sistema ideológico que legitima a heterossexualidade como padrão) e do contrato heterossexual (sujeição do outro aos papéis de gênero normatizados), dentre outros fatores. Desta feita, na contemporaneidade, opera-se uma revolução de costumes sem precedentes em relação à diversidade/diferenças de gênero, cuja resistência e enfrentamento históricos pautaram políticas públicas e conquistas de direitos, sobretudo nas últimas décadas. Diante disso, esta investigação objetiva compreender a não binaridade de gênero em contextos de aprendizagem na formação universitária. Em termos metodológicos, trata-se de uma pesquisa de campo, de abordagem qualiquantitativa, do tipo exploratória. O universo foi constituído pelo Instituto de Ensino Superior da Paraíba (IESP), que estrutura ensino superior a partir de três áreas do conhecimento: Ciências da Saúde, Ciências Exatas e Tecnológicas, e Ciências Humanas. A amostragem foi a não-probabilística, cujo critério amostral foi aleatório (sorteio), e selecionou dois/as docentes por área (seis ao todo). Também selecionou, como amostra intencional, dois/as estudantes por área (seis ao todo), estes/as últimos/as que expressem performances de gêneros não binários. A pesquisa valeu-se da perspectiva de organização de categorias como via de sistematização e interpretação dos resultados, cuja estratégia deu-se a partir do método do “quarto excluído”, a partir de situações-problema orientadas pela escolha de imagens como respostas. Nos resultados, emergiram categorias como “fora do padrão”, “quebra de padrão”, “desigualdade de gênero”, “minoria”, “incômodo”, “diferente”, dentre outras nuances, que realçaram os motivos pelos quais docentes e discentes percebem as subjugações socioculturais às quais estudantes universitários não binários são vitimados/as cotidianamente. Os/as docentes reconhecem o despreparo pedagógico e institucional para lidarem com pessoas não binárias em sala de aula. Por extravasarem as fronteiras das composições estabelecidas entre ser homem e ser mulher, através de seus atos performáticos, estudantes não binários sentem a força das imposições normativas que maceram sobre si mesmos/as a dominância do sistema sexo-gênero, o que implica dizer que a (re)construção do sujeito é uma luta constante e que resiste às formas de reificação, autoritarismo, indiferença, desrespeito e violência simbólica com que são submetidos/as em sala de aula e demais espaços institucionais. Com isso, a pesquisa constata o quanto estudantes não binários são, de fato, as pessoas mais excluídas em contextos de aprendizagem da formação universitária, no IESP. Portanto, a supremacia do discurso binário (heteronormativo) invade o cenário universitário por meio do controle do corpo e do comportamento, o que traz contradições para o próprio processo formativo e para os objetivos da IES. Isso requer ações de intervenção, através de políticas institucionais planejadas e consistentes, que favoreçam as condições de aprendizagem independentemente da condição de gênero.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1792396 - ADRIANA VALERIA SANTOS DINIZ
Interno - 3319360 - MARIA DA LUZ OLEGARIO
Interno - 337147 - MARIA DE FATIMA FERNANDES MARTINS CATAO
Externo ao Programa - 1815427 - GISELE ROCHA CORTES