PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO (CT - PPGAU)
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
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Banca de QUALIFICAÇÃO: RUI VANDERLEI ROCHA JÚNIOR
Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: RUI VANDERLEI ROCHA JÚNIOR
DATA: 16/12/2025
HORA: 10:00
LOCAL: Google Meet
TÍTULO: Flexibilidade Elemental: configurações e reconfigurações
do espaço arquitetônico.
PALAVRAS-CHAVES: Flexibilidade arquitetônica, flexibilidade elemental, propriedades geométricas, reabilitação, configuração
espacial.
PÁGINAS: 135
RESUMO: O edifício, por se tratar de um artefato de longa duração, vivencia inúmeras mudanças sociais. A vida
humana é composta por atividades em constante transformação, exigindo ambientes capazes de se
adaptar a novas demandas (NORBERG-SHULZ, 1963; WEEKS, 1963; COLQUHOUN, 1977;
HERTZBERGER, 1999; HABRAKEN, 2021; FORTY, 2000). A arquitetura, a partir da segunda metade do
século XX, comprometeu-se com a flexibilidade, que emergiu como alternativa para redimir o funcionalismo
do seu excesso determinista (FORTY, 2000). Apesar de a flexibilidade espacial ter permeado o debate
arquitetônico, prevaleceram as premissas funcionalistas, com um atendimento rigoroso aos pressupostos
do programa. Isso se manifestou no método projetivo baseado na sistemática classificação e ordenamento
das atividades em setores funcionais (AMORIM, 2008). No entanto, diante da acelerada transformação das
cidades e das exigências contemporâneas, muitas edificações encontram-se desocupadas, obsoletas ou inadequadas aos padrões atuais de uso. Essa tese reflete sobre a flexibilidade arquitetônica, vista a
partir de uma noção de obsolescência das estruturas construídas (Abramson, 2016), cotejando-a com
uma reflexão sobre a definição de estados de atividade (Fawcett, 2011), bem como aos princípios de
configuração do espaço discutidos por Bill Hillier e Julienne Hanson (1984). O argumento central baseia-se
na hipótese de que a flexibilidade arquitetônica é definida pelas propriedades fundamentais do edifício
manifestadas em três dimensões interdependentes de flexibilidade: a) localmente, está associada a cada
espaço individual e suas propriedades geométricas; b) globalmente, associada ao próprio complexo
espacial e sua configuração; c) e a natureza construtiva do edifício, que dá forma às barreiras e
permeabilidades. Estas podem ser classificados como flexibilidades Entrópica, Configuracional e
Dinâmica, respectivamente. Consideramos essas propriedades fundamentais como os princípios
organizadores das estruturas arquitetônicas, semelhantes à forma como Lévi-Strauss (2012) compreendia
as sociedades a partir das "estruturas elementares de parentesco", ou seja, como Flexibilidade
Elemental. A flexibilidade entrópica lida com a medida do grau de entropia do espaço; a configuracional é
mediada pela topologia do espaço arquitetônico, em especial pelo grau de anelaridade do conjunto; já a
flexibilidade dinâmica lida com as barreiras que ordenam o espaço, o abrir e fechar que controlam e
ampliam os espaços, influenciando diretamente na entropia e na configuração espacial. A proposta
demonstra uma estratégia de transformação e reabilitação que considera as dinâmicas topológicas do
espaço e suas funções genéricas (HILLIER, 2007; STEADMAN, 2014), associando-as aos aspectos
técnicos e construtivos do edifício, bem como à capacidade de entropia espacial (COELHO; KRÜGER,
2015). O conceito de Flexibilidade Elemental reforça a ideia de que todo edifício está destinado a ser
flexível e, portanto, não tornar-se-á obsoleto devido à incapacidade de atender aos seus requisitos sóciofuncionais originais.
MEMBROS DA BANCA:
Externo(a) à Instituição - CAROLINA DA GRAÇA CÚRDIA LOURENÇO COELHO
Externo(a) à Instituição - CRISTIANO FELIPE BORBA DO NASCIMENTO
Presidente(a) - 330.815.654-72 - LUIZ MANUEL DO EIRADO AMORIM - UFPE
Externo(a) à Instituição - LÍVIA MORAIS NÓBREGA