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BRUNA EVELYN FREIRE CRUZ
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RUÍDO AMBIENTAL PERCEBIDO PELA POPULAÇÃO DE
JOÃO PESSOA ENTRE ANOS DE 2018 E 2023: ANÁLISES
E CONTRIBUIÇÕES
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Orientador : ALUISIO BRAZ DE MELO
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Data: 20/12/2024
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Hora: 14:00
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A emissão de ruídos indesejados gera poluição sonora e
perturbação ao sossego. Com isso, milhões de pessoas são
expostas diariamente aos diversos ruídos do ambiente urbano,
que, dependendo da intensidade e do período de exposição,
podem desencadear uma série de problemas de saúde. João
Pessoa, capital da Paraíba, tem apresentado um crescimento
vertiginoso, boa parte impulsionado pelo forte turismo. Alguns
trabalhos acadêmicos já apontam diversos problemas de
poluição sonora na cidade. A fim de colaborar com essa
questão, este trabalho tem como objetivo analisar o ruído
ambiental percebido pela população de João Pessoa entre os
anos de 2018 e 2023, visando contribuir com a gestão do ruído
urbano e com a promoção de uma cidade mais sustentável. Para
atingir esse objetivo, foram utilizadas as denúncias de ruído no
ambiente urbano (ruído ambiental) registradas pela Secretaria
Municipal de Meio Ambiente (SEMAM) durante o período
mencionado, utilizando ferramentas para avaliação do ruído
urbano em três etapas. A 1ª etapa consistiu em uma análise
quantitativa, gerada a partir de registros feitos à SEMAM,
categorizando esses registros conforme a localidade, o tipo de
fonte e o ambiente onde a fonte está inserida, buscando
identificar as principais fontes de ruído pontuais e os bairros
com maior concentração de denúncias. Na 2ª etapa, a pesquisa
se concentrou em espacializar os registros coletados, por meio
da produção de mapas de denúncias de cada ano incluído no
período de estudo, representando visualmente o estado da
cidade em relação às denúncias. Os mapas gerados nessa etapa
foram produzidos a partir das ferramentas MyMaps e o software
Qgis®. A 3ª etapa consistiu em analisar o atual sistema de
registro de denúncias utilizado pela SEMAM e, por meio de um
comparativo com sistemas de outros estados e municípios, apresentar sugestões de melhorias que poderão ser adotadas,
visando facilitar o trabalho dos funcionários e fiscais
responsáveis, além de facilitar a elaboração de futuras análises,
como as realizadas nesta pesquisa. Como resultados, observouse que, no intervalo de seis anos, as reclamações indicaram uma
grande quantidade de ruídos originários de estabelecimentos
comerciais e equipamentos de som amplificados, concentrados,
em sua maioria, em bairros da orla de João Pessoa/PB. Além
disso, os dados sugerem uma possível mudança comportamental
da população após a pandemia de Covid-19, destacando-se o
grande volume de registros feitos em dias de fim de semana,
especialmente durante o turno vespertino, das 19h às 22h de
acordo com o Decreto N° 4.793 (2003) da cidade de João
Pessoa. Ao compreender as dinâmicas específicas do ruído
ambiental em João Pessoa, a pesquisa pode contribuir para o
desenvolvimento de medidas eficazes na redução do impacto
desse ruído, promovendo uma melhor qualidade de vida para os
residentes e colaborando com o planejamento sustentável da
cidade.
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CAIO HENRIQUE GOMES DE AGUIAR
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Ser quilombo, Sendo urbano: o território da Comunidade
Remanescente Quilomba Paratibe
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Orientador : MARIA BERTHILDE DE BARROS LIMA E MOURA FILHA
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Data: 19/12/2024
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Hora: 09:00
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Esta pesquisa tem como objeto de estudo a Comunidade
Remanescente Quilombola de Paratibe, localizada na área
urbana de João Pessoa, no bairro de mesmo nome. Inserida em
uma área marcada pela expansão urbana, a comunidade
enfrenta pressões de loteamentos, comércio e habitações de
padrões diversos, que tornam sua presença quase
imperceptível. Nesse contexto, buscamos compreender o
significado e os desafios de manter um quilombo em meio ao
espaço urbano. O estudo propõe-se a contribuir para a
resistência negra, considerando seu território e pertencimento
coletivo. A pesquisa se insere no compromisso de combater a
discriminação racial que atravessa o território quilombola,
destacando o impacto das transformações urbanas na
manutenção de sua cultura e territorialidade. É realizado uma
pesquisa de campo em forma de rodas de conversa, com intuito
de obter dados de fontes orais dos quilombolas. A pesquisa está
dividida em 4 capítulos, onde debatemos a presença do negro
escravizado no Brasil, a formação dos quilombos, a história e o
território do Quilombo de Paratibe, além de debater sobre
conceitos importantes.
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ANGELA CARINE ELIAS DE SOUZA
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Veraneio e liminaridade territorial em terra indígena: um
olhar sobre as aldeias litorâneas potiguara
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Orientador : MARIANA FIALHO BONATES
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Data: 18/12/2024
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Hora: 14:00
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Historicamente, apesar das conquistas políticoadministrativas, como a homologação de suas terras ao
longo das décadas de 1990 e 2000, os potiguaras
vivenciam conflitos territoriais de diversas espécies, desde
territórios ainda não reconhecidos à fenômenos, como o
veraneio. O centro do município da Baía da Traição,
embora não esteja dentro dos limites das Terras Indígenas,
faz parte da territorialidade potiguara e é onde se percebe
uma série de processos, como, por exemplo, o veraneio,
que desponta desde a década de 1960. Este fenômeno tem
provocado uma série de dinâmicas que impactam o
território e as relações indígenas de modo negativo como
a especulação imobiliária mas também positivo, como
uma integração da cultura potiguara nas dinâmicas
econômicas, mesmo que sazonais, gerando,
consequentemente, relações liminares. Todos estes
processos se articulam com uma rede complexa de agentes
que, muitas vezes, apresentam funções multifacetadas.
Diante deste cenário, esta pesquisa tem como objetivo
geral investigar a liminaridade territorial nas aldeias
litorâneas da Terra Indígena Potiguara e no centro durante
o veraneio, abordando as interações entre poder público e
comunidades indígenas. Para tanto, a pesquisa se baseou
em revisão bibliográfica e documental, ancorada em
diversos campos disciplinares e investiga as políticas
indigenistas. Também se baseou em pesquisa de campo
que combinou observações in loco com entrevistas com diversos agentes - indígenas e não-indígenas, nas
classificações de veranistas, funcionários e lideranças,
empreendedores e residentes. Com isso, investiga a
espacialização destas dinâmicas e relações entre agentes
utilizando abordagem multiescalar no município da Baía
da Traição. A pesquisa revela que as aldeias litorâneas
Potiguara têm experimentado mudanças significativas
devido ao aumento do turismo de veraneio nesta última
década. Destacam-se os benefícios econômicos para a
comunidade potiguara, como oportunidades de emprego e
geração de renda. No entanto, também levanta desafios,
como a descaracterização cultural, o impacto ambiental e
conflitos territoriais que interferem na territorialidade
potiguara. Em suma, a dissertação destaca a complexidade
das relações entre turismo de veraneio e a territorialidade
potiguara, enfatizando a importância de buscar um
equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a
preservação cultural e ambiental
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RICARDO BARROS BEZERRA JUNIOR
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RESIDIR NO VERANEIO: PADRÕES SOCIOESPACIAIS NA
ILHA DE ITAMARACÁ-PE 2000-2010
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Orientador : LUCAS FIGUEIREDO DE MEDEIROS
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Data: 16/12/2024
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Hora: 15:30
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Este trabalho investiga os padrões socioespaciais e
a configuração urbana da Ilha de Itamaracá, na
Região Metropolitana do Recife (RMR), entre 2000 e
2010. Estudos anteriores indicam que o crescimento
urbano da Ilha foi impulsionado, em décadas
anteriores, por uma classe média metropolitana
atraída pelo turismo de veraneio. Contudo, um
declínio dessa atividade parece ter consolidado uma
imagem negativa sobre a Ilha para parte da mídia e
do senso comum. Partindo desse contexto, esta
pesquisa investiga a hipótese de que a ausência de
investimentos estratégicos contribuiu para a
estagnação do município, influenciando cenários de
segregação socioespacial e de distribuição
populacional desigual, moldados pela estrutura
urbana em transformação. A pesquisa foca na
análise da população residente, examinando como a
configuração urbana se relaciona com a organização
socioespacial de diferentes grupos que habitam esse
destino de veraneio. Utilizando a Teoria da Lógica Social do Espaço (sintaxe espacial) e dados do
IBGE, o estudo analisou o tecido urbano da Ilha,
identificando localizações distintas e as principais
transformações ocorridas no período. Foram
examinados padrões socioespaciais a partir da
classificação de variáveis relacionadas ao
saneamento básico (esgoto, água e coleta de lixo),
densidade populacional e renda, na escala dos
setores censitários. Os resultados revelam a
complexidade dos padrões da Ilha, com locais
segregados devido à fragmentação do tecido urbano,
que teve uma evolução limitada ao longo das
décadas analisadas. Observou-se também uma
distribuição desigual dos serviços de saneamento
básico entre as diferentes áreas. Além disso, embora
o perfil socioeconômico tenha passado por
transformações, as áreas mais acessíveis,
especialmente aquelas próximas ao mar, continuam
sendo predominantemente ocupadas por grupos de
maior renda.
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JAKELINE SILVA DOS SANTOS
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DISPERSÃO URBANA E DENSIDADE URBANA: UM ESTUDO SOBRE O MUNICÍPIO DE CONDE/PB
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Orientador : FRANCISCO DE ASSIS DA COSTA
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Data: 29/11/2024
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Hora: 10:00
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A dispersão urbana é um processo comum nas grandes cidades brasileiras, que configura diferentes padrões de densidade urbana nos municípios. Esta tese averigua o crescimento e a dispersão urbana do município de Conde, entre os anos 2000 até 2022, para analisar os diferentes padrões de densidade urbana no município. No âmbito da literatura sobre densidade urbana nos municípios brasileiros, há pouca atenção dedicada ao caso dos municípios de pequeno porte, de modo que pouco se conhece sobre os impactos do crescimento urbano no território dos mesmos. Neste sentido, essa tese defende que o estudo dos padrões de densidade urbana existente em um município é crucial para entender como planejar estrategicamente seu desenvolvimento urbano. Para identificar e estimar os padrões de densidade, utilizou-se do tratamento geoestatístico em dados espaciais e sobre variáveis do parcelamento do solo, infraestrutura pública, equipamentos públicosmobilidade e meio ambiente. Três manchas urbanas distintas entre si na forma e morfologia foram identificadas e analisadas separadamente para serem em seguida comparadas. Cada uma dessas áreas apresenta características distintas do processo de urbanização do município e desafios específicos de infraestrutura. Esse cenário é agravado pela falta de planejamento urbano adequado e pela ausência de políticas públicas eficazes para gerenciar a dispersão urbana do município.
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ANDREI DE FERRER E ARRUDA CAVALCANTI
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Espaço Fílmico Urbano: Um retrato da área de interesse nas interseções entre cidade e cinema
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Orientador : MARIA BERTHILDE DE BARROS LIMA E MOURA FILHA
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Data: 27/11/2024
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Hora: 14:00
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Esta tese parte do pressuposto de que existe um interesse substancial e duradouro nas interações entre o espaço construído e o cinema, o que justifica uma reflexão epistemológica sobre o assunto. Apesar da abundante produção literária ao longo de mais de um século, poucos estudos oferecem contribuições significativas neste sentido, resultando em uma bibliografia dispersa, repetitiva e muitas vezes superficial. A fim de propor uma autonomia centrada no campo da arquitetura e urbanismo, que muitas vezes é eclipsada pelas abordagens de outras disciplinas das humanidades, foi realizado um trabalho de organização, partindo de uma ampla gama de obras na qual foram identificados os elementos que Jairo Borges-Andrade (2003) espera estarem consolidados em uma linha de pesquisa, incluindo suas fronteiras, rumos, conceitos e procedimentos. Esta abordagem envolve o estabelecimento de um recorte que trata da representação do espaço urbano em filmes narrativos, explorando suas qualidades formais; uma investigação historiográfica do discurso sobre as relações entre espaço construído e cinema; a definição do conceito de espaço fílmico e suas diversas categorias; e a compilação de procedimentos de análise que possam podem instrumentalizar pesquisadores para a interpretação dos aspectos comunicativos do espaço fílmico urbano.
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MIRELLI ALBERTHA DE OLIVEIRA GOMES
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A apropriação feminina dos espaços públicos, em territórios dominados por grupos armados: a atmosfera de violência em comunidades do Centro Histórico de João Pessoa/PB
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Orientador : MARCELE TRIGUEIRO DE ARAUJO MORAIS
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Data: 26/11/2024
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Hora: 14:30
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A violência e o medo do crime influenciam significativamente o uso e a apropriação dos espaços públicos por diversos grupos sociais, especialmente aqueles em posições mais vulneráveis na sociedade. As mulheres, marginalizadas dos espaços públicos em razão do seu gênero e do medo de violência sexual, são mais propensas a restringir seu comportamento e sua liberdade de mover-se pela cidade. No caso de mulheres moradoras de favelas, a sobreposição de desigualdades de gênero, classe e raça coloca-as em risco adicional de medo e insegurança na mobilidade urbana, devido às suas condições de vida, baixos rendimentos e à falta de qualidade na infraestrutura e no desenho urbano, o que aumenta o potencial para surgimento de conflitos, crimes e violência e abre espaço para que grupos organizados e armados constituam esferas alternativas e informais de poder. Em João Pessoa, os bairros Centro, Varadouro e Trincheiras são particularmente afetados por altas taxas de mortes violentas de mulheres, decorrentes da atuação de facções de tráfico de drogas e do clima de guerra civil que permeia o cotidiano desses bairros. Esta tese investiga como a violência influencia a apropriação dos espaços públicos pelas mulheres, e tem como principal objetivo de pesquisa compreender a relação entre a apropriação feminina dos espaços públicos e o contexto de violência em comunidades de João Pessoa, especialmente em áreas que apresentam altas taxas de crimes violentos letais intencionais (CVLI) direcionados ao gênero feminino. Os métodos mobilizados para a realização da pesquisa apoiam-se na condução de entrevistas curtas e longas, realizadas com mulheres passantes, trabalhadoras e residentes da área de estudo, que tiveram, como ponto de partida metodológico, a análise da vida cotidiana e das percepções das mulheres, integrando uma dimensão sensível referente às emoções geradas na apropriação dos espaços públicos. Trata-se de defender a tese segundo a qual a apropriação e os movimentos das mulheres pelos espaços públicos da comunidade estariam condicionados e limitados pelos territórios e fronteiras referentes às áreas de atuação de grupos armados, somando às desigualdades de raça, classe e gênero, restrições espaciais adicionais em razão do clima de guerra civil que emergiria na vida cotidiana dos bairros.
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JOAO VICTOR DA SILVA SANTOS
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POÉTICA DA
NARRATIVA TECTÔNICA EM PROJETOS QUE UTILIZAM O BAMBU COMO ELEMENTO
ESTRUTURAL DO OBJETO EDIFICADO
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Orientador : GERMANA COSTA ROCHA
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Data: 26/11/2024
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Hora: 14:00
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Esta dissertação tem como objetivo analisar a tectônica de
projetos arquitetônicos que utilizam o bambu como elemento
estrutural, tendo como recorte exemplares produzidos na
Indonésia e no Brasil entre 2013 e 2023: Ananda House
(2015) e The Arc (2021) - IBUKU; Refúgio das Borboletas
(2023) - Helena Ruette. A justifica desta pesquisa se
fundamenta no aporte da análise tectônica referente às
propostas arquitetônicas que exploram o potencial expressivo
do bambu como suporte das cargas do objeto intencionado
na concepção formal, visando colaborar com futuras
produções arquitetônicas que enxergam o potencial desse
material não-convencional e se conscientizam sobre o
agravante cenário das mudanças climáticas, decorrente da
exacerbada exploração dos recursos naturais - finitos - do
planeta. Para o alcance do objetivo, o procedimento
metodológico parte da revisão bibliográfica, seguido da
seleção dos projetos, coleta de dados e aplicação dos
parâmetros analíticos da tectônica, propostos por Rocha
(2012), nos quais importa discernir as relações do sítio,
estrutura resistente e elementos de vedação para com o
resultado estético-formal da arquitetura. Nesse sentido, os
resultados observados inferem que a narrativa tectônica dos
projetos arquitetônicos que propõem o bambu estrutural se
expressa mais fortemente por meio da flexibilidade no uso da
gramínea, assim como por seus detalhes técnicos
necessários à relação entre os elementos formais da
arquitetura, por firmar um processo de concepção consonante
às características da cultura construtiva da matéria-prima.
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DANIELLY FREIRES DE FARIAS DIONISIO
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IMPACTO DA OCUPAÇÃO NO DESEMPENHO TÉRMICO E ENERGÉTICO
DE HIS MULTIFAMILIAR NO QUENTE E ÚMIDO
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Orientador : SOLANGE MARIA LEDER
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Data: 29/08/2024
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Hora: 16:00
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Nos últimos anos tem sido observado um aumento global
no consumo de energia, sendo as edificações residenciais
responsáveis por uma parcela significativa desse consumo.
Além disso, o comportamento do usuário é um fator de
impacto considerável quando se trata do desempenho
térmico e energético dos edifícios. Os usuários adotam
comportamentos adaptativos para atender às suas
necessidades de conforto nos espaços internos.
Compreender o impacto desses comportamentos no
desempenho térmico e no consumo de energia pode ajudar
a encontrar maneiras de melhorar o consumo de energia e
o desempenho térmico dos edifícios. Este trabalho tem
como objetivo compreender como o comportamento
adaptativo do usuário e os padrões de uso e ocupação
influenciam no desempenho térmico de habitações de
interesse social multifamiliares. Para isso, a pesquisa foi
dividida em 4 etapas principais: uma revisão sistemática
baseada na metodologia PRISMA, monitoramento de uma
unidade habitacional de uma edificação multifamiliar,
modelagem computacional com as ferramentas SketchUP,
OpenStudio e EnergyPlus, calibração do modelo de
simulação, utilizando indicadores estabelecidos na
AHSRAE Guidelines 14, e por fim, avaliação do
desempenho térmico de acordo com o método de
simulação da NBR 15.575/2021, analisando variações nos
comportamentos dos usuários, padrões de ocupação,
diferentes pavimentos e orientações, utilizando como
indicadores a carga térmica anual e o percentual de horas
de ocupação dentro de uma faixa de temperatura operativa
(PHFT). Nos resultados obtidos quanto à calibração, a
simulação inicial apresentou resultados satisfatórios, com
valores de NMBE e CV(RMSE) abaixo dos definidos pela ASHRAE Guidelines 14, de 10% e 30%, respectivamente,
o que indica que a simulação pode ser considerada
calibrada. O modelo final do processo de calibração
apresentou um incremento pouco significativo do
coeficiente de determinação R² e do coeficiente de
correlação (R). Quanto ao desempenho térmico os
resultados mostram que a carga térmica anual de
refrigeração, assim como o PHFT, varia significativamente
entre os pavimentos e orientações, destacando a
importância de considerar esses fatores no projeto e na
avaliação do desempenho térmico de edifícios.
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GUSTAVO GREGORIO GOUVEIA
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Desempenho térmico de edificações no semiárido brasileiro:
um olhar para residências geminadas
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Orientador : SOLANGE MARIA LEDER
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Data: 29/08/2024
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Hora: 13:00
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As edificações tendem a ser desconfortáveis quando não são
adaptadas ao clima, especialmente aquelas localizadas em
clima rigoroso. No semiárido brasileiro alguns meses do ano
são muito quentes e secos com níveis intensos de radiação
solar, que ao ser absorvida pela envoltória da edificação pode
resultar em altos níveis de temperatura operativa no ambiente
interno. Edificações geminadas, construídas até os limites
frontal e lateral dos lotes, com formato retangular alongado, são
um tipo arquitetônico recorrente no semiárido brasileiro. Assim,
o presente estudo tem como objetivo central investigar o
desempenho térmico do tipo geminado em uma condição de
rigor climático. O objeto de estudo é uma edificação localizada
em Juazeiro do Norte, Ceará, na região semiárida do Estado. O
processo de elaboração e calibração do modelo virtual de
simulação foi realizado no software EnergyPlus. O modelo
digital (3D) foi construído com dados obtidos em: a)
levantamento arquitetônico da edificação; b) monitoramento in
loco de variáveis microclimáticas durante doze dias completos
(temperatura de bulbo seco, temperatura de globo, umidade
relativa e velocidade do ar medidos no interior da edificação) e
dados obtidos em consultas à literatura recomendada. A partir
do modelo base calibrado, foram elaborados modelos
adaptados com variações em relação à existência e dimensão
de recuos laterais e estratégias passivas de resfriamento para o
clima indicado, como o uso de isolamento e massa térmica na
coberta e paredes. Foram avaliados os seguintes critérios de
desempenho térmico: Percentual de Horas na Faixa de
Temperatura Operativa (PHFT) e Temperatura Operativa
Máxima (TOmáx) dos Ambientes de Permanência Prolongada
(APPs) e da Unidade Habitacional em estudo. Os resultados da
simulação do modelo base apontaram que o dormitório é o
ambiente com o maior Percentual de Horas na Faixa de
Temperatura Operativa (PHFT), sendo 42% das horas em ocupação, e os resultados para a Unidade Habitacional como
um todo indicaram um PHFT de 32%. Em relação à
Temperatura Operativa Máxima, o dormitório apresentou o
valor mais baixo, de 31.4°C, em comparação às salas de estar
e jantar, que obtiveram o mesmo valor máximo de 34.2°C,
sendo este atribuído como o TOmáx da unidade habitacional. O
estudo conclui que é necessária a adoção de estratégias
passivas de resfriamento para a melhoria nas condições de
habitabilidade em residências geminadas localizadas no
semiárido brasileiro.
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MARIA HELOÍSA ALVES DE OLIVEIRA
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O Ethos de uma Escola: a formação do arquiteto no Recife de 1932 a 1974
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Data: 31/07/2024
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Hora: 14:30
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A historiografia da arquitetura brasileira, há quase 80 anos,
destaca a arquitetura moderna desenvolvida no Recife,
evidenciando o papel do curso de Arquitetura criado em 1932
na Escola de Belas Artes de Pernambuco na formação de
gerações de arquitetos. Essa produção modernista
pernambucana é frequentemente referida como Escola do
Recife; porém, há debates na literatura sobre o termo e seu
significado. A presente tese reflete sobre a existência de uma
escola de arquitetura autônoma em Pernambuco. Questionase se seria apenas uma denominação historiográfica ou um
conjunto de fundamentos compartilhados entre docentes e
discentes no ambiente acadêmico e aplicados na prática
profissional e se tais fundamentos podem constituir uma escola.
A investigação se volta ao curso, aos agentes envolvidos
gestores, docentes, discentes etc. e aos métodos de ensino
predominantes, partindo do pressuposto de que é no curso de
arquitetura que se dá a produção e reprodução de ideias. Como
chave teórico-metodológica, aproximamo-nos da ideia de
Ethos, entendida como um conjunto de traços e modos de
comportamento que conforma a identidade de uma
coletividade. Assim, estudamos o ethos do curso de Arquitetura
do Recife. Além disso, realizamos uma pesquisa documental no
acervo institucional do curso, disponibilizado pelo Memorial
Denis Bernardes-UFPE, além de entrevistas com 18 egressos
do curso, interpretadas através da Análise do Conteúdo. Os
resultados permitiram identificar os elementos caracterizadores
do ethos da Escola do Recife em quatro categorias. No ethos
do ensino, o curso do Recife combinava os padrões do Ministério da Educação com o ideário da arquitetura moderna,
tendo a preocupação com o conforto ambiental como um dos
principais pontos transmitidos. Já o ethos social, analisado por
meio dos perfis dos sujeitos envolvidos, mostrou que muitos
atuaram em níveis local, regional e nacional. No ethos cultural,
observou-se que Pernambuco apresentava um contexto
favorável à educação, arquitetura e artes, facilitando a
instalação da instituição. Quanto ao ethos do lugar,
identificamos o papel importante dos edifícios ocupados pelo
curso na conformação da identidade do grupo. Inicialmente
situado na Rua Benfica, o curso tinha um corpo escolar
pequeno, gerando uma atmosfera de ensino fértil à formação
da escola. Na década de 1950, a formação da Faculdade e a
mudança para a Sede do Seminário de Olinda, e
posteriormente para a sede própria na Avenida Conde da Boa
Vista, se assiste um amadurecimento do corpo escolar. Na
década de 1970, com a reforma universitária de 1969, e com a
formação do Departamento de Arquitetura e Urbanismo e a
mudança para a Cidade Universitária em 1974, observou-se
uma mudança no ethos constitutivo, culminando na extinção da
Faculdade nesse mesmo ano. A abordagem de compreensão
do Ethos desse grupo, nas suas quatro dimensões, nos leva a
um reposicionamento do debate acerca de seu entendimento
como uma escola de fato. Acreditamos que a partir deles o
termo escola pode ser sim utilizado, pois, a Escola do Recife,
se tratou de um grupo cujo processo de transmissão de
conhecimento ocorre entre mestres e epígonos, ou seja, entre
arquitetos, artistas e engenheiros que graduaram uma primeira
geração de arquitetos, que depois passam a compor o corpo
docente da escola, retroalimentando esse ambiente de ensino,
ambiente esse isolado que contribuiu na construção de uma
identidade coesa. Além disso, o conteúdo discutido por esse
grupo, sobretudo acerca de uma prática de uma arquitetura
moderna ajustada ao lugar, acabou por alterar - como estudos
já demonstraram - o ambiente construído no qual o grupo
atuou.
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HELEN KARINE GOMES DANTAS
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AMBIENTES DE APRENDIZAGEM INOVADORES E AMBIÊNCIAS CRIATIVAS EM ESPAÇOS MAKERS ESCOLARES
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Data: 31/07/2024
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Hora: 08:00
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O contexto educacional nas últimas décadas vem passando por transformações no processo de ensino-aprendizagem. A escola tradicional rende-se aos poucos aos modelos de escolas inovadoras, com metodologias centradas nos alunos, visto que o conhecimento se dá através da construção de pensamento na qual o aluno passa a ser ativo e produzir o seu próprio conhecimento. Todavia, os elementos construtivos e dos mobiliários desses ambientes, pouco mudaram, predominando na maioria das escolas a sala de aula tradicional, com cadeiras enfileiradas, de frente ao quadro e com pouca interação entre os alunos. Nessa perspectiva, esta pesquisa objetiva compreender como os ambientes de aprendizagem inovadores contribuem potencialmente para o processo de ensino-aprendizagem de crianças. Para isso, foram escolhidas duas escolas da rede privada de ensino do município de João Pessoa/PB, que trazem como proposta abordagens teórica-metodológicas inovadoras. Constitui-se de uma pesquisa descritiva, exploratória e qualitativa, com abordagem metodológica multimétodos e utilização de diversas abordagens e ferramentas para coleta. A metodologia foi dividida em 4 etapas: 1 Revisão da Literatura, através da Revisão Sistemática da Literatura; 2 - Ambiente Construído, a partir de 3 fases inter-relacionadas, sendo a Fase 1 - Seleção do Ambiente de Aprendizagem, com a visita e a seleção de um ambiente de aprendizagem inovador por escola; a Fase 2 - Análise Ambiental, através do walkthrough e da Entrevista Semiestruturada com as pessoas chave; e a Fase 3 - Identificação da Configuração Espacial, com base nas Diretrizes Ergonômicas Gerais e Especificações Técnicas do Modelo Conceitual de Ambiente de Aprendizagem - MCAA de Sarmento (2017); 3 Percepção do Usuário, com a aplicação do Mapa Comportamental (centrado no lugar) e da Seleção Visual com os professores; e por fim, a 4 Análise dos dados e discussões, trazendo um panorama geral dos ambientes analisados, evidenciando as principais descobertas na Matriz de Descobertas e a elaboração das Diretrizes Projetuais para Ambientes de Aprendizagem Inovadores com enfoque nos Espaços Makers, a partir do cruzamento entre os Ambientes de Aprendizagem Inovadores e as Ambiências Criativas, e das visitas técnicas realizadas em outras instituições. Nos resultados, compreendeu-se que os Espaços Makers analisados são bastante ricos para o processo de ensino-aprendizagem, como também os espaços das instituições visitadas, levando em consideração os ambientes de aprendizagem inovadores e as ambiências criativas, gerando as DPAAI-EM, de modo a contribuir na concepção de projetos voltados para esses espaços. Conclui-se que ambientes de aprendizagem inovadores, a exemplo os Espaços Makers, nas escolas, proporcionam diversos estímulos e ambiências criativas que potencializam o processo de ensino-aprendizagem de forma significativa.
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VIVIANE MARIA JALES REGO
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Cidade, entornos e três praças: formas e vidas urbanas no Corredor
Cultural
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Orientador : LUCY DONEGAN
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Data: 30/07/2024
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Hora: 14:00
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Esta dissertação investiga centralidade, forma e usos, focando na vitalidade
urbana de três praças do Corredor Cultural Professor Antônio Gonzaga
Chimbinho, em Mossoró (RN). Estudos ligam localização e forma em espaços
públicos com o uso de pessoas e intensidades diversas, destacando padrões
espaciais e atividades favorecendo vida social e microeconômica. O Corredor
Cultural com nove praças - é divulgado como Coração Cultural da cidade,
enquanto estudos existentes o descrevem como tendo usos segmentados.
Ainda não foi estudado, especificamente, relações entre forma e usos no
Corredor Cultural, e entre trechos desse espaço. Esta pesquisa investiga a
hipótese que o Corredor Cultural é usado por pessoas diversas, ligado à
localização central na cidade, e que existem trechos diferentes, com diferentes
relações entre forma e vitalidade urbana. A centralidade do Corredor Cultural
foi investigada pela sintaxe espacial, e três praças foram selecionadas para
relacionar forma urbana (usos do solo, edificações) do entorno caminhável e
imediato, com vitalidade urbana. Vitalidade urbana foi investigada por
intensidade (com mapeamento comportamental) e diversidade de usos (com
questionários). Resultados confirmam o Corredor Cultural como muito integrado
na cidade e usado por pessoas diversas, com variações nas três praças que se
relacionaram a usos variados. A praça menos acessível atraiu menos pessoas
e variedades de grupos, com menos endereços no entorno. As outras praças,
mais centrais, tiveram mais frequentadores, entretanto, com proporções de
gênero e temporalidades distintas. Resultados avançam em entender
complexidades do Corredor Cultural que não parece segmentado, mas que
representa vários tipos de vidas urbanas.
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JÉSSICA ÁRISLA RODRIGUES DE FRANÇA
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A DIFERENCIAÇÃO DO CONSUMO E DO ESPAÇO: A
SEGMENTAÇÃO SOCIOESPACIAL DE SUPERMERCADOS
DA REDE BEMAIS, EM JOÃO PESSOA - PB
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Orientador : MARCELE TRIGUEIRO DE ARAUJO MORAIS
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Data: 29/07/2024
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Hora: 14:00
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O objeto de estudo aqui apresentado são os supermercados localizados
na cidade de João Pessoa- PB. A dissertação procura investigar padrões
e estratégias de configuração espacial diferentes para as áreas de
vendas das unidades do estudo, segmentadas pela estratificação social
dos bairros em que se encontram inseridas. A rede de supermercados
BeMais, que segue em plena expansão, inicialmente instalou-se em
bairros de classe C e D, localizados na zona Sul da cidade, área mais
populosa da capital, e atualmente foca na ampliação de suas lojas para
a zona leste, classe B. Dentro dessas novas unidades de supermercados
observa-se mudanças nas configurações físicas e espaciais. Portanto, a
pesquisa verifica se esses novos modelos, localizados em áreas com
índices socioeconômicos elevados, quando comparados aos outros,
modificam-se a partir de signos que impulsionam a diferenciação do
espaço. Com o foco no objeto, compreendendo sua função, procura-se
responder o questionamento a que se propõe a pesquisa através de um
arcabouço metodológico, composto por várias ferramentas e técnicas
de análise, dentre as quais a Sintaxe Espacial, a partir de critérios
analíticos definidos no cerne da problemática. Assim, campos visuais e
seus conceitos, técnicas de representação do espaço e medidas espaciais, dialogam com o aparelho conceitual respondendo aos
questionamentos enunciados no processo de investigação. Os
resultados indicam diferenças nos padrões físicos, notadamente visuais,
se destacando a iluminação e materiais de acabamento, assim como nas
configurações espaciais, em particular no layout e nos campos visuais
identificados nos espaços dos supermercados. A pesquisa sugere, por
fim, a exploração dos autosserviços em suas diferentes tipologias e a
reprodução da fragmentação urbana por meio do espaço terciário,
como perspectivas futuras.
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LUANA STEPHANIE DE MEDEIROS
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Índice de caminhabilidade sensível a gênero: uma abordagem metodológica
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Orientador : ANA GOMES NEGRAO
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Data: 26/07/2024
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Hora: 14:00
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Atualmente, as políticas de apoio à mobilidade têm
voltado o olhar para estratégias que incentivam a
caminhada, já que ela é o modo mais elementar,
democrático e universal de deslocamento. Porém, é
preciso se perguntar, será mesmo a caminhada tão
democrática assim? Esta pesquisa investiga um dos
matizes de definição dos papéis sociais que estruturam
a sociedade: a definição de homem e mulher, masculino
e feminino e suas imposições de significância e
significado no deslocamento a pé na cidade. O estudo
tem por objetivo desenvolver um Índice de
Caminhabilidade Sensível a Gênero, revelador da
experiência da mulher que caminha na cidade. Para
isso, propôs uma abordagem exploratória, qualiquantitativa, que considera etapas de revisão
bibliográfica e validação em campo. Os resultados
apontaram que a Percepção de Seguridade é o fator
mais importante para as decisões de deslocamento
feminino, sendo necessário, para elas, ajustar
percursos, horários, trajetos e padrões de
comportamento que possam colaborar com a
manutenção de sua integridade física, psicológica,
sexual e moral. Como as mulheres são diferentes e sua
relação com cidade também é interseccional, avaliou-se
ainda como alguns condicionantes podem interferir
mais ou menos para a caminhada, o que terminou por
ratificar a percepção de que há diferentes graus de
importância entre critérios e indicadores, para a
conformação de um Índice que, verdadeiramente,
responda às necessidades das mulheres na cidade.
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PAULO ROBERTO DE OLIVEIRA SILVA
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IDOSO E CIDADE A PÉ: AVALIAÇÃO DOS PADRÕES DE CAMINHABILIDADE EM UMA ÁREA URBANA DE JOÃO PESSOA, PARAÍBA
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Data: 09/07/2024
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Hora: 14:00
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As precárias condições de caminhabilidade de nossas cidades são, em grande parte, consequentes de um planejamento urbano rodoviarista que não prioriza os pedestres. Este problema é ainda pior para a população idosa que, embora esteja em crescimento, enfrenta maiores restrições para caminhar. A presente dissertação busca compreender a relação do público idoso com a mobilidade urbana, investigando fatores físicos, ambientais e sociais que estão associados à caminhabilidade deste grupo. A infraestrutura pedonal do setor censitário do IBGE (2010) com a maior quantidade de idosos na cidade de João Pessoa, Paraíba, foi o objeto de estudo desta pesquisa. Para isso, inicialmente, uma Análise Angular de Segmentos (ASA) foi realizada para identificar os trechos de vias mais utilizados pelos pedestres nesse recorte espacial. Em seguida, uma Análise Comportamental foi empreendida, por meio de mapeamento comportamental, levantamento fotográfico e busca por vestígios urbanos. Posteriormente, o Índice de Caminhabilidade do Idoso (ICI) foi construído e aplicado neste recorte espacial, a partir da contribuição de outros índices de caminhabilidade que abordam o público idoso, permitindo identificar as facilidades e desafios enfrentados durante o deslocamento do pedestre em diferentes categorias e atributos. Por fim, as categorias e os atributos do ICI foram avaliados e ponderados, por meio da aplicação de questionários com os idosos. Os resultados do índice revelam a existência de uma infraestrutura básica para a caminhabilidade na área de estudo, porém com necessidade de melhoria em todas as categorias exploradas. Já os resultados do questionário demonstraram a insatisfação dos idosos com a qualidade dos espaços públicos e algumas divergências em relação aos escores do ICI.
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LETICIA BARBOSA BOMFIM
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ENTRE O PAPEL E A PRÁTICA:
As incongruências na produção do espaço da área de central de Campina Grande-Paraíba
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Data: 26/06/2024
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Hora: 16:00
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A presente pesquisa parte da problemática acerca da produção espacial em áreas centrais de cidades médias, estudando o caso de Campina Grande, cidade que exerce importante influência regional na hierarquia urbana, sobretudo, paraibana. Ao tratar da área central, fala-se em distintos processos a qual essa espacialidade está condicionada: ora de valorização ora de desvalorização, processos de permanências e transformações, competições entre o uso mais rentável, imóveis novos e antigos, distintas normativas incidentes, esvaziamentos e intensificação do uso do solo, ou mesmo de áreas que passam por processos de demolições e constituem-se como reserva de mercado para a vinda de um novo interesse imobiliário. Seguindo esse panorama, observa-se em Campina Grande distintos interesses e agentes urbanos presentes nessa produção, amparadas por ações do poder público que buscam manter esse centro principal como área de interesse imobiliário. No entanto, tal interesse é marcado por relações conflituosas, ou incongruentes, com as diretrizes urbanísticas e patrimoniais. A hipótese aqui trabalhada é que entre a teoria e a prática que vem sendo executada em Campina Grande existem os agentes que atuam e influenciam o processo da política urbana, envolvendo interesses públicos e privados, modificações legislativas e o enfraquecimento das normativas patrimoniais e urbanísticas com a aprovação de projetos contrários ao aparato regulatório. Assim, o objetivo geral da pesquisa é analisar a produção do espaço urbano na área central de Campina Grande a partir dos anos 2000 de modo a compreender a continuação das transformações espaciais em descompasso com a legislação urbanística e patrimonial. Em relação à análise dessas transformações, este estudo possui como principal contribuição a investigação nos licenciamentos tramitados na esfera pública, revelando os embates e conflitos dos agentes privados e públicos para a consolidação da imagem de um novo centro. Para isso foram consultados os processos administrativos no Departamento de Normas e Regulamentações- Prefeitura Municipal de Campina Grande (PMCG) e no Arquivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico da Paraíba (IPHAEP). O conjunto de dados levantados e as análises teóricas e metodológicas adotadas contribuíram para a compreensão de uma imbricação entre público e privado para a promoção de um planejamento de mercado da área central, seja por meio da implantação de equipamentos e ações de requalificação, seja por meio da negociação do patrimônio e aprovação de projetos incongruentes com o marco regulatório.
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RICARDO LIRA SILVA
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Tá ouvindo o trem? A Reapropriação das estações ferroviárias nas feiras da Paraíba: O caso de Itabaiana
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Orientador : FRANCISCO DE ASSIS DA COSTA
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Data: 13/05/2024
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Hora: 10:00
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Esta pesquisa versa sobre a influência de dois fenômenos transformadores do espaço urbano
nordestino nos séculos XIX e XX: As feiras livres e o trem. Historicamente, as feiras livres se
constituíram como uma das atividades econômicas essenciais para a ocupação do território
nacional, abrindo caminho para o crescimentos de áreas até então isoladas e precedendo a
implantação do transporte ferroviário, como um forte aliado no crescimento econômico dos centros
urbanos popularmente conhecidos entroncamentos de estradas.Com a chegada da ferrovia, as
cidades tornam-se palcos de transformações urbanísticas que afetaram não só a paisagem urbana,
mas os costumes e o cotidiano dos seus habitantes. Esses impactos atingiram desde os maiores e
mais dinâmicos centros urbanos do mundo, como também pequenas províncias e vilarejos do
território brasileiro, como o município de Itabaiana, nosso objeto de pesquisa. A cidade de
Itabaiana possui tradição histórica com as importantes feiras de gado e teve seu comércio
impulsionado a partir da chegada do trem. Após o declínio ferroviário e ascensão do rodoviarismo,
a cidade passou a se apropriar do patrimônio ferroviário como forma de melhor as atividades dos feirantes, que corre o risco de sofrer descaracterização do contexto urbano local. Com isso, esse
presente trabalho visa investigar a reapropriação do patrimônio ferroviário da cidade de Itabaiana,
localizada no agreste do paraibano, no contexto da feira livre central. Seu intuito visa o resgate
memorial da influência do patrimônio ferroviário para a urbanização das cidades paraibanas, bem
como a preservação das memórias locais dos agentes transformadores junto as estações
ferroviárias.
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SURAMA BATISTA VIEIRA DA COSTA
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Rotinizando o moderno: arquitetura residencial para classe média em João Pessoa nos anos 1960
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Orientador : MARIA BERTHILDE DE BARROS LIMA E MOURA FILHA
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Data: 30/04/2024
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Hora: 15:00
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A reboque de sua consolidação no cenário nacional, a arquitetura moderna brasileira tornou-se, na década de 1950, amplamente aceita pela população, disseminando-se por todo o território do Brasil. Esse foi um decênio marcado por transformações econômicas, políticas e sociais; a classe média crescia em número e adotava um estilo de vida mais urbano, favorecendo a formação de uma incipiente sociedade de consumo. Foi dentro desse contexto que significativos estratos sociais adotaram o vocabulário formal próprio do moderno como valor e signo de status, capaz de expressar seu desejo de modernidade. Como resultado, milhares de casas construídas nos bairros residenciais ocupados nas décadas de 1950 e de 1960 incorporaram uma linguagem formal moderna em suas fachadas, mesmo sem a presença de um arquiteto no desenvolvimento do projeto. Esse fenômeno resultou numa produção bastante diversificada, de herança moderna, que vem sendo desprezada pela historiografia dominante, carecendo de estudos mais aprofundados e representando uma lacuna a ser investigada. Diante do exposto, o presente trabalho de dissertação assume, como objeto de estudo, as residências unifamiliares de linguagem moderna cujos projetos, localizados no arquivo da Prefeitura Municipal de João Pessoa, não foram concebidos por arquitetos. O objetivo principal é compreender a rotinização (CANDIDO, 1984) e a assimilação dessa arquitetura na cidade de João Pessoa, Paraíba, na década de 1960, enquanto resposta e expressão do desejo da classe média de se alinhar às ideias de progresso e modernidade da época, apropriando-se, nas fachadas de suas residências, de elementos formais modernos já correntes no Brasil. Com o intuito de investigar como esses processos se constituíram, procuramos, primeiramente, delinear um panorama geral dos anos de 1950, buscando entender a formação de uma sociedade de consumo e como manifestaram-se os fenômenos da modernidade e da modernização na capital paraibana. Para explorar essa produção arquitetônica moderna utilizamos uma abordagem mais abrangente, considerando o papel da mídia e da publicidade, bem como de outros importantes agentes, na rotinização do vocabulário moderno, tornando a arquitetura moderna parte do cotidiano da população brasileira. Ademais, esperamos que esse estudo nos permita obter uma visão mais completa do cenário geral da arquitetura residencial moderna da cidade, fornecendo o registro de uma produção que tem se perdido rapidamente nas últimas décadas e expandindo a historiografia local sobre a arquitetura moderna brasileira.
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LUCAS RODRIGUES MOREIRA
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Entre casarões e encanterias: um olhar sobre a memória indígena de Icó, Ceará
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Orientador : MARIA BERTHILDE DE BARROS LIMA E MOURA FILHA
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Data: 29/04/2024
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Hora: 08:00
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A presença da população indígena é conhecida na cidade de Icó, no Ceará, desde antes do período colonial. A toponímia, o Conto da Baleia Adormecida, a Rua do Meio e o artesanato de barro de Santa Maria, são alguns desses signos e lugares que representam grupos distintos daqueles que hoje figuram a imagem e os monumentos da cidade. Contudo, esse povo não compõem, para além das memórias da escravidão e colonização, as narrativas da cidade, o que resulta no processo de esquecimento e invisibilização desses indivíduos e seus territórios. Com o intuito de ampliar outras narrativas sobre a história da cidade, agregando as memórias indígenas, o presente trabalho se propõe a tecer uma crítica acerca dos registros considerados oficiais, contrapondo-os as memórias coletadas durante o processo de pesquisa, tensionando a história oficial e os lugares de disputa e representação na cidade. A metodologia a ser seguida é aquela proposta por Maurício de Abreu (2014), que envolve o cruzamento de fontes diversas (livros, documentos históricos, fotografias, narrativas, percepções), para contrapor as memórias "oficiais" e não-oficiais, individuais e
coletivas desses grupos, para os quais são secularmente operados processos que criminalizam suas vidas e deslegitimam seus corpos e territórios. Assim, a pesquisa se desdobra em busca das memórias e histórias de grupos fundamenteis para a formação e desenvolvimento da cidade de Icó, como os descendentes dos Icós, tribo Tapuia da Nação Cariri, primeiros habitantes da área onde hoje se localiza a cidade, e a população descendente dos negros e negras escravizados durante o período colonial. O remonte da história implica na atualização da memória que
se tem, ou não, sobre esses grupos e espaços.
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ELISA BEATRIZ CARNEIRO OLIVEIRA
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Os cinemas de
rua na produção do espaço urbano de João Pessoa: surgimento e apogeu (1897 - 1970)
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Orientador : MARCELE TRIGUEIRO DE ARAUJO MORAIS
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Data: 26/04/2024
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Hora: 15:00
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O trabalho se fundamenta na compreensão de uma relação entre as salas de
cinema e o espaço urbano. Entendendo que tais equipamentos são parte de
um contexto urbano de modernização, a pesquisa tem o objetivo de investigar
o vínculo das atividades de exibição de cinema, enquanto componente
cultural da dinâmica urbana, com a cidade, entre o período de 1897, chegada
do cinema na cidade, e 1970, fim da sua fase de apogeu. Analisando as
transformações socioespaciais que o hábito de frequentar cinemas produz, a
partir do estudo de caso da cidade de João Pessoa/PB, identifica-se que o
aparecimento e a consolidação das salas de cinema de rua teve grande
relevância na produção de uma vida social urbana mais ativa na capital
paraibana, coincidindo com o processo de reformas que acontecia na maioria
das cidades brasileiras. Apoiando-se na abordagem metodológica da produção
do espaço de Lefebvre e em um aporte teórico baseado nos processos
espaço-temporais dos cinemas, constrói-se um percurso histórico dessas salas
no espaço da cidade, identificando-se dois momentos principais: o primeiro
corresponde à inserção e desenvolvimento do cinema em uma cidade que
experimentava um processo de modernização urbana; e a segunda é marcada
pelo período de auge e de maior atividade dos cinemas até quando as salas
começam a entrar em declínio, momento no qual a cidade inicia sua expansão
mais flagrante. Tal percurso histórico é apoiado em pesquisa bibliográfica
sobre o processo de modernização urbana de João Pessoa, em pesquisa
hemerográfica como forma de entender as dinâmicas socioespaciais dos
cinemas durante o mesmo período, assim como na construção de um
mapeamento das salas em cada década de estudo da dissertação.
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IMARA ANGÉLICA MACÊDO DUARTE
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Projeto Sensível ao Valor centrado no Afeto [PSV_A]: Arcabouço teóricometodológico de apoio a projetos de ambientes hospitalares
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Data: 25/03/2024
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Hora: 14:00
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Planejados como espaços para recuperação da saúde,
os hospitais são fontes de vivências de experiências
traumáticas, estressantes e entendidas como
ameaçadoras, o que envolve a dor, perda de controle,
desorientação, falta de conforto físico e, a privação do
entorno familiar. Desse modo, a dimensão afetiva
nesse contexto faz parte do primeiro nível da resposta
ambiental com impactos diretos no processo fisiológico
com modulação da cognição ambiental, contexto
central na relação pessoa-ambiente.Apesar dos
avanços na arquitetura hospitalar com a economia de
recursos, eficiências energética e construtiva, de suas
aparências modernas e limpas; não está claro na
literatura da arquitetura, em que extensão estes
projetos voltados à recuperação da saúde humana
levaram em conta aspectos de valor, ética e afeto dos
utilizadores em seus parâmetros de modelagem. Desse
modo, o objetivo desse trabalho é sistematizar um
instrumento-guia para o percurso projetual do ambiente
hospitalar, enfatizando a dimensão afetiva do usuário e tomando como base o arcabouço teórico metodológico
formado pela filosofia espinosana, Value Sensitive
Design e a Teoria dos Ambientes Restauradores.
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TACIANA SOUZA BEZERRA
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QUADROS EM REVISTA E O LUGAR DE UMA PRODUÇÃO
(1985-1992)
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Data: 02/02/2024
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Hora: 14:30
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Esta dissertação identifica quadros representativos do cenário
arquitetônico publicados pelas revistas especializadas Projeto e
AU no período de 1985 a 1992 e, a partir deles, discute o lugar
que a arquitetura produzida na região Nordeste ocupa nos
âmbitos da crítica e dos projetos dessas edições.
A retomada dos periódicos especializados na década de 1970
constituiu o reestabelecimento dos canais de comunicação
entre os arquitetos e ocorreu paralelamente à reestruturação
dos debates no Brasil. O surgimento da revista Projeto (1972)
e, quando esta já se consolidava, em meados da década de
1980, o lançamento da revista AU (1985), foram marcos desse
processo. Essas duas revistas trouxeram à cena da arquitetura
nacional notícias, crítica e projetos dos mais variados temas e,
durante muitos anos, protagonizaram a divulgação de tais
conteúdos. Nesta mesma fase, a consolidação e multiplicação
de centros de graduação e pós-graduação reforçaram esse
ambiente intelectual favorável de produção de textos sobre a
arquitetura do século XX no Brasil. A partir dos temas e metaacontecimentos destacados nas edições, bem como das
perspectivas editoriais das revistas Projeto e AU, de maior
periodicidade e longevidade nesses anos, primeiro foram
traçados quadros que tratassem das conjunturas e dos
interesses relacionados à arquitetura nesse período para, em
seguida, traçar as relações entre a arquitetura produzida no
Nordeste que está publicada e as discussões travadas nesse
cenário. Desta forma, foi possível refletir sobre a o lugar desta
produção frente ao quadro nacional, bem como sobre a sua
representação nesses dois veículos.
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