PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO (CT - PPGAU)
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
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Banca de DEFESA: VITÓRIA RAÍSSA FERREIRA MANGUEIRA
Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: VITÓRIA RAÍSSA FERREIRA MANGUEIRA
DATA: 15/12/2025
HORA: 14:00
LOCAL: Laboratório de Pesquisa Projeto e Memória (LPPM) - Sala 2
TÍTULO: Território Cigano: memória, trocas e desejo na produção
do espaço da comunidade tradicional Calon no município
de Sousa/PB
PALAVRAS-CHAVES: ciganos; segregação espacial; produção do espaço.
PÁGINAS: 225
GRANDE ÁREA: Ciências Sociais Aplicadas
ÁREA: Arquitetura e Urbanismo
RESUMO: Embora os povos ciganos façam parte da formação
territorial do Brasil desde o período colonial, permanecem
pouco investigados no campo da Arquitetura e
Urbanismo. Nesse sentido, esta pesquisa analisa a
produção do espaço da comunidade tradicional Calon em
Sousa, no interior da Paraíba, conhecida popularmente
como Rancho dos Ciganos, estabelecida na cidade desde a
década de 1980, em meio a transformações urbanas que
influenciaram seu processo de sedentarização. Embora
existam diversos estudos sobre o grupo, não se identificam
investigações dedicadas especificamente ao ambiente
construído e às tensões que permeiam sua relação com a
cidade. Percebe-se, portanto, uma lacuna na compreensão
de como essa comunidade - marcada por discriminação,
segregação, precariedade urbana e habitacional e um
processo lento de regularização fundiária - constrói,
adapta e ressignifica seu lugar. Para isso, a pesquisa se
estruturou a partir de três dimensões, memória, trocas e
desejo, que orientam os capítulos, buscando refletir sobre
a comunidade quanto: (1) à forma de ocupação nas
primeiras décadas de sedentarização; (2) à organização
atual e às relações estabelecidas no território; e (3) aos
avanços recentes relacionados à melhoria urbana e às
prospecções futuras para o lugar. Metodologicamente,
adota-se uma abordagem qualitativa e exploratória,
envolvendo revisão bibliográfica, análise documental,
entrevistas com moradores, visitas in loco e levantamento
fotográfico. Além disso, destaca-se a elaboração de mapas
temáticos articulados às interpretações, buscando
evidenciar as dinâmicas de exclusão enfrentadas pela
comunidade em comparação ao restante da cidade. A
atenção às narrativas, às práticas territoriais e às dinâmicas
comunitárias orientou a leitura dos dados. Os resultados
indicam que a produção do espaço pelos ciganos se apoia na memória coletiva, nas trocas cotidianas mediadas por
redes de sociabilidade, e nos desejos de melhoria urbana.
Também evidenciam que a segregação enfrentada pelo
grupo é reforçada por condicionantes urbanísticos e,
sobretudo, por preconceitos históricos que limitam o
acesso a direitos e serviços. Assim, a pesquisa convida à
uma reflexão sobre como o território é construído, a quem
pertence e de que modo é possível valorizar a diversidade
cultural e étnica refletida nas formas de ocupar e habitar.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente(a) - 337195 - DORALICE SATYRO MAIA
Interno(a) - 338233 - MARIA BERTHILDE DE BARROS LIMA E MOURA FILHA
Externo(a) ao Programa - 3213897 - MARIA PATRICIA LOPES GOLDFARB