PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO (CT - PPGAU)
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
- Telefone/Ramal
-
Não informado
Notícias
Banca de QUALIFICAÇÃO: GABRIELE DO ROSARIO LANDIM
Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: GABRIELE DO ROSARIO LANDIM
DATA: 31/07/2025
HORA: 15:00
LOCAL: Google Meet
TÍTULO: Design computacional na arquitetura e urbanismo: disputas entre desenvolvimento tecnológico e
problemas socioambientais na era do capitalismo verde
PALAVRAS-CHAVES: design computacional, sustentabilidade, tecnopolíticas, território, meio-ambiente
PÁGINAS: 99
RESUMO: A pesquisa investiga a interseção entre design computacional, sustentabilidade e justiça
socioambiental no campo da arquitetura e urbanismo. Parte-se da crítica à modernização ecológica (Acserald, 2010; Asara et al., 2015; Grazziano, 2019; Spaargaren, 2000), perspectiva que vê a
sustentabilidade atrelada ao capitalismo verde. Interrogamos como o discurso do design
computacional tem se acomodado à chamada arquitetura sustentável. Analisa-se em que medida o
avanço tecnológico baseado em eficiência e inovação, argumento dominante do design
computacional contemporâneo, contribui na manutenção das contradições tecnológicas e
socioambientais, ora reproduzindo o discurso da ideologia tecnológica dominante, ora dobrando
essa mesma ideologia num contexto brasileiro, na busca por localidade e decolonialidade. Busca-se
conduzir a discussão até onde emerge a perspectiva de resolução dos problemas socioambientais
pelos movimentos de lutas, o território-região (Escobar, 2005, 2007; Ferreira; Felício, 2021).
A questão central é, como tecnologias populares e práticas contra-hegemônicas de produção de
território podem reorientar o desenvolvimento tecnocientífico em arquitetura e urbanismo para a
preservação da vida e do meio ambiente? O objetivo geral é analisar como o desenvolvimento
tecnocientífico em arquitetura e urbanismo, especialmente no âmbito do design computacional,
interage com disputas socioambientais sob o paradigma do capitalismo verde, destacando
contradições e apontando a necessidade de reorientação. Entre os objetivos específicos, busca-se
mapear as principais ideologias tecnológicas e suas implicações socioambientais; caracterizar o
contexto tecnopolítico do design computacional entre centro e periferia do capitalismo; discutir o
uso de novas tecnologias em projetos de arquitetura; investigar como tecnologias populares de
produção de território podem influenciar o desenvolvimento tecnocientífico; e analisar casos de
lutas comunitárias por território e meio ambiente.
A hipótese principal é que as tecnologias de projeto computacional, quando alinhadas ao discurso
dominante de sustentabilidade do capitalismo verde, tendem a reproduzir estruturas de dominação
social e ambiental, reforçando desigualdades. Em contrapartida, supõe-se que o diálogo com
saberes tradicionais e movimentos populares de luta por território podem reorientar o que
entendemos, como aprendemos, como desenvolvemos tecnologias e a quem/quais causas
colocamos essas tecnologias a disposição.
A fundamentação teórica apoia-se, sobretudo nos Estudos de Ciência, Tecnologia e Sociedade
(CTS). Dialoga também com o pensamento pós-desenvolvimentista (Asara et al., 2015; Escobar,
2005, 2007, 2014; Latouche, 2004) e correntes decoloniais latino-americanas, enfatizando a justiça
ambiental (Acserald, 2010) como síntese inseparável de direitos sociais e ambientais. Tenta um
diálogo com saberes locais e movimentos sociais, reconhecendo múltiplas cosmovisões sobre
técnica, ética e natureza, pautados na produção de conhecimento contracolonial (Bispo dos Santos,
2023; Ferreira; Felício, 2021). Assim, situa-se no campo conceitual dos estudos críticos de
tecnologia e sustentabilidade, buscando interseccionar ao debate arquitetônico, particularmente na
área do design computacional, reconhecidamente pouco crítica, perspectivas não-hegemônicas de
produção tecnológica.
Metodologicamente, adota-se abordagem qualitativa, interpretativa e crítica, baseada em revisão
bibliográfica e experiências de campo. A vivência da autora pontualmente em experiências com
movimentos de luta social, influenciará na inserção de observações empíricas e orientarão as
análises.
Espera-se que a tese em andamento contribua para resgatar e relacionar às críticas já feitas sobre a
tecnociência e hegemonia do pensamento cibernético à área do design computacional; identifique
ideologias tecnológicas no argumento inovação-sustentabilidade que deem suporte a revisões
críticas sobre o papel do design computacional; e situe o que é prioritário na reorientação da
aliança academia-território quando o assunto é desenvolvimento tecnológico para a arquitetura.
MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1349730 - FRANCISCO DE ASSIS DA COSTA
Presidente - 330.815.654-72 - LUIZ MANUEL DO EIRADO AMORIM - UFPE