PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA (PPGH)
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
- Telefone/Ramal
-
(83) 3216-7915
Notícias
Banca de QUALIFICAÇÃO: YRIS CAMPOS OLIVEIRA
Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: YRIS CAMPOS OLIVEIRA
DATA: 21/08/2025
HORA: 15:00
LOCAL: Sala virtual
TÍTULO: MORRER SE PRECISO FOR, MATAR, NUNCA!:
O SPI e as invasões no território indígena Potiguara (1920-1950)
PALAVRAS-CHAVES: SPI. Potiguara. Companhia de Tecidos Rio Tinto. Território indígena.
PÁGINAS: 66
RESUMO: Esta pesquisa nasce da necessidade de escrita de uma história indígena que vá além da etnologia e considere a presença dos povos nativos nas relações de poder existentes em seus territórios na contemporaneidade. Para tal, nos debruçamos sobre o caso dos Potiguara da Paraíba, etnia que desde o início da colonização já estabelecia contato com os europeus e, no século XX, experimentou uma nova forma de tentativa de dominação: a tutela estabelecida pelo Serviço de Proteção ao Índio (SPI), iniciada na década de 1920 e se estendendo até seu fechamento em 1967. Paralelo a isso, as terras Potiguara se tornaram alvo do interesse comercial da influente família Lundgren, que fundaram a Companhia de Tecidos Rio Tinto (CTRT) nas terras antes pertencentes ao antigo Engenho da Preguiça, dentro do território Potiguara. A presença do SPI e da CTRT na região provocou conflitos com os Potiguara, que estabeleceram disputas sobre a terra. O desdobrar dessa relação de poder foi documentado pelo SPI e está disponibilizado digitalmente no acervo da Fundação Museu Nacional dos Povos Indígenas/RJ, sendo analisada nesta pesquisa. Nesse sentido, o presente trabalho consiste em um estudo quanto às relações estabelecidas entre os Potiguara da Paraíba, o SPI e a Companhia de Tecidos Rio Tinto no tocante ao domínio do território indígena, com um recorte temporal que vai de 1920 a 1950. Trata-se de uma pesquisa qualitativa tendo como fontes a documentação oficial do Serviços de Proteção ao Índio, que nos permite perceber como o órgão buscou estabelecer uma mediação entre as partes envolvidas, tendo como horizonte o favorecimento dos seus interesses particulares. De antemão, foi possível identificar a existência de uma complexa relação de poder entre os três agentes estudados: os indígenas, utilizando as estratégias disponíveis para garantir seu direito a posse e ao usufruto da terra; a CTRT, avançando nas invasões territoriais e na exploração dos seus recursos; e o SPI, órgão que por mais que fosse a representação do Estado não estava interessado em resolver juridicamente o problema, mas sim em garantir formas de controlar o território e as ações nele realizadas.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1374334 - CLAUDIA CRISTINA DO LAGO BORGES
Interno - 338296 - MONIQUE GUIMARAES CITTADINO
Externo à Instituição - HELDER ALEXANDRE MEDEIROS DE MACEDO