ENTRE MUROS: OS ESPAÇOS COLETIVOS DOS CONDOMÍNIOS RESIDENCIAIS FECHADOS
condomínios fechados, espaços coletivos, segregação, sociabilidade
As cidades à medida que crescem, tem se fechado entre novos muros, levando ao agravamento das questões relativas as ruas e ocupação do espaço urbano, a privatização de espaços públicos, a relação de vizinhança obrigatória, a alusão de uma maior segurança e status. Com isso, os espaços públicos da cidade contemporânea são marcados pela apropriação seletiva e diferenciada dos espaços que deveriam ser acessíveis a todos. O condomínio fechado altera a relação entre público e privado a partir da privatização de espaços públicos. Na zona sul da cidade de João Pessoa, somente no Bairro Portal do Sol, conta-se hoje com sete condomínios horizontais fechados, cada um com as suas grandes áreas de lazer. Como as cidades podem gerar uma diversidade de usos com uma extensão de muros separatistas para aquele que deve mais poder aquisitivo? O objetivo desta pesquisa é analisar as áreas de uso coletivo dos condomínios horizontais fechados: Cabo Branco Residence Privê, Porta do Sol e Bosque das Orquídeas, quanto à morfologia e organização socioespacial, observando as regras de planejamento, as formas, usos e comportamentos dos usuários. A metodologia desta pesquisa será estruturada utilizando como referência base: Lynch (1997), Cullen (1983), Kohlsdorf (2005), Gehl (2006) e Goffman (2010). Parte-se da hipótese de que apesar das semelhanças formais e funcionais visíveis nestes espaços coletivos, existem diferenças fundamentais nas práticas espaciais dos seus usuários. Conhecê-las para poder compreender as dinâmicas e desempenho destes espaços bem como a lógica social de produção da segregação e parte da cultura contemporânea.