A presente dissertação tem por objeto de investigação a formação da rede urbana no Sertão de Piranhas e Piancó ao longo do século XVIII. A rede urbana é entendida a partir da política urbanizadora executada pelos agentes coloniais, o Estado, a Igreja e os agentes econômicos, que proporcionou o surgimento de pontos fixos (aldeamentos, arraiais, povoações, vilas e cidades) e de vias de comunicação, vinculados aos fluxos gerados pelo processo de expansão da pecuária. O objetivo central é verificar como se deu a estruturação dessa rede urbana no Sertão de Piranhas e Piancó no século XVIII, através da atuação dos agentes da colonização. Trata-se de um trabalho de síntese histórica que adotou, como procedimento principal, uma análise da história e da documentação escrita e cartográfica sobre o tema. O resultado identificou que a formação de uma rede urbana, no Sertão de Piranhas e Piancó, ocorreu na primeira metade do século XVIII, vinculada ao processo de “Guerra dos Bárbaros”, tendo como resultado os arraiais e os aldeamentos de índios em missões; e, na segunda metade do século XVIII, marcada pelo pós-guerra, houve a realização de uma política de formação de vilas, instituída inicialmente no Período Pombalino (1750 – 1777) e conduzida ao restante do século. Em paralelo, ao longo de todo o século XVIII, foi verificada a formação de capelas para instalação de povoações, pelos interesses dos proprietários rurais em definir seu poder local, através de doações de patrimônios de terras, que dava o aparato inicial para a sua existência. Busca-se, a partir de tais constatações, contribuir para os estudos da história urbana na Paraíba setecentista.