Neste trabalho estudamos um fenômeno de transferência de tecnologia em arquitetura ocorrido no Nordeste brasileiro, entre os anos de 1982 e 1996. Trata-se do traslado, para a região, da tecnologia de abóbadas de cerâmica armada desenvolvida por Eladio Dieste no Uruguai. A princípio, esta tecnologia foi utilizada na região do grande Recife por arquitetos radicados na cidade e, em seguida, em outros estados do Nordeste como Paraíba, Piauí, Alagoas, Bahia e para outras regiões do país - Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, por esses mesmos arquitetos. Ao cabo desses 14 anos, subitamente, essa tecnologia foi abandonada e resta dela um acervo de mais de vinte obras de uma arquitetura notável, utilizando “as abóbadas uruguaias”. Nosso trabalho busca resgatar, registrar e compreender a produção desse acervo e o processo de transferência de tecnologia ocorrido, sua gênese e desenvolvimento e as razões do seu ocaso.