PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA (PPGO)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: JOSÉ KLIDENBERG DE OLIVEIRA JÚNIOR

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JOSÉ KLIDENBERG DE OLIVEIRA JÚNIOR
DATA: 30/08/2024
HORA: 08:00
LOCAL: Auditório do PPGO
TÍTULO: AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES ANTIFÚNGICA, CITOTÓXICA E MUTAGÊNICA DO GERANIOL CONTRA ESPÉCIES DE CANDIDA spp. ISOLADAS DE PACIENTE COM ESTOMATITE PROTÉTICA: UMA ANÁLISE IN SÍLICO E IN VITRO
PALAVRAS-CHAVES: Geraniol; Candida spp.; Estomatite Protética; Atividade Antifúngica; Associação de Antifúngicos; Citotoxicidade; Mutagenicidade; Docking Molecular.
PÁGINAS: 101
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Odontologia
RESUMO: Introdução: A estomatite protética é uma condição inflamatória comum em usuários de próteses dentárias, frequentemente associada à infecção por espécies de Candida multirresistentes. O geraniol, um monoterpeno encontrado em óleos essenciais de várias plantas, tem demonstrado propriedades antifúngicas promissoras para o tratamento dessas doenças. Objetivo: Avaliar as atividades antifúngica do geraniol contra espécies de Candida albicans e Candida tropicalis, investigar seus mecanismos de ação, realizar ensaios de associação com nistatina e miconazol, além de avaliar a citotoxicidade em células sanguíneas, a mutagenicidade e conduzir estudos in silico por meio do docking molecular. Metodologia: A atividade antifúngica do geraniol foi avaliada por meio de ensaios de Concentração Inibitória Mínima (CIM) e Concentração Fungicida Mínima (CFM) utilizando o método de microdiluição em caldo, conforme recomendado pelo Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI). Ensaios de sorbitol e ergosterol foram realizados para entender os mecanismos de ação do geraniol. Nos ensaios com sorbitol, avaliou-se a alteração na CIM em presença de 0,8 M de sorbitol. Nos ensaios com ergosterol, a CIM foi determinada na presença de 400 µg/mL de ergosterol exógeno. Estudos de associação com nistatina e miconazol foram conduzidos utilizando a técnica de checkerboard para determinar os Índices de Concentração Inibitória Fracionada (ICIF). A citotoxicidade foi avaliada em eritrócitos humanos de diferentes tipos sanguíneos (A, B, O) por meio de ensaios de hemólise, enquanto a mutagenicidade foi investigada em células epiteliais da mucosa oral utilizando análise de micronúcleos e outros marcadores genotóxicos. O docking molecular foi realizado para prever as interações entre o geraniol e proteínas-chave das células fúngicas, bem como sua interação com o ergosterol. Resultados: O geraniol apresentou de CIMs de 64 µg/mL para C. albicans e 32-64 µg/mL para C. tropicalis, valores comparáveis aos antifúngicos padrões, nistatina e miconazol. A atividade fungicida do geraniol foi confirmada pelas CFM, com valores de 128 µg/mL para C. albicans e 64-128 µg/mL para C. tropicalis. A proporção CFM/CIM de 1:1 ou 2:1 confirma a ação fungicida do geraniol. Nos ensaios com sorbitol, a CIM do geraniol aumentou de 64 µg/mL para 256 µg/mL contra C. albicans, indicando que ele desestabiliza a integridade da parede celular fúngica. Para C. tropicalis, não houve variação na CIM na presença de sorbitol. Nos ensaios com ergosterol, a CIM do geraniol aumentou significativamente na presença de ergosterol exógeno, variando de 64 µg/mL para 256 µg/mL tanto para C. albicans quanto para C. tropicalis, indicando que o geraniol interage diretamente com o ergosterol na membrana plasmática dos fungos. A associação entre geraniol e nistatina mostrou predominantemente efeitos de indiferença, exceto na cepa clínica LM-4B, onde houve efeito aditivo (ICIF = 0.625). A combinação de geraniol e miconazol demonstrou sinergismo significativo na cepa LM-4B (ICIF = 0.25). Os ensaios de citotoxicidade revelaram que, em baixas concentrações, o geraniol não causou hemólise significativa, enquanto em concentrações elevadas (500-1000 µg/mL) a hemólise superou 80%. A análise de mutagenicidade mostrou que o geraniol induziu alterações celulares apenas em altas concentrações, e o docking molecular confirmou as interações do geraniol com proteínas-chave das células fúngicas, sugerindo mecanismos de ação que contribuem para sua eficácia antifúngica. Conclusão: O geraniol destaca-se como uma promissora alternativa terapêutica para o tratamento de infecções fúngicas bucais, oferecendo uma solução eficaz e segura, especialmente na gestão da estomatite protética. No entanto, o uso de concentrações mais elevadas deve ser abordado com cautela devido ao risco de citotoxicidade e mutagenicidade. Estudos adicionais são necessários para definir parâmetros seguros e explorar aplicações clínicas mais amplas, impulsionando novas fronteiras na pesquisa em produtos e terapêuticas odontológicas.
MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - ABRAHAO ALVES DE OLIVEIRA FILHO
Interno - 3042074 - ADRIANO FRANCISCO ALVES
Interno - 1490571 - ANDRE ULISSES DANTAS BATISTA
Presidente - 333921 - EDELTRUDES DE OLIVEIRA LIMA