Banca de DEFESA: KAUANA DA SILVA ANDRADE

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: KAUANA DA SILVA ANDRADE
DATA: 18/12/2024
HORA: 08:30
LOCAL: Auditório do PPGO
TÍTULO: Letramento em saúde bucal de responsáveis por crianças e adolescentes com câncer
PALAVRAS-CHAVES: Letramento em Saúde; Saúde Bucal; Oncologia; Odontopediatria; Epidemiologia
PÁGINAS: 70
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Odontologia
RESUMO: A saúde bucal é fundamental para o cuidado de crianças e adolescentes em tratamento oncológico, pois as terapias antineoplásicas frequentemente resultam em complicações que impactam a qualidade de vida dos pacientes. Nesse contexto, os responsáveis tornam-se agentes cruciais, pois assumem o cuidado diário e as decisões em saúde bucal. Diante disso, este estudo teve como objetivo investigar o nível de Letramento em Saúde Bucal (LSB) de responsáveis por crianças e adolescentes com câncer e compreender suas percepções sobre a saúde bucal e os serviços odontológicos. Para isso, foram desenvolvidos dois planos de trabalho. O primeiro plano refere-se a um estudo transversal, de métodos mistos, com responsáveis de pacientes atendidos em um hospital oncológico de referência no Nordeste do Brasil. Na etapa quantitativa, foram coletados dados sociodemográficos e aplicado o Health Literacy in Dentistry (HeLD-14), que avaliou o LSB por meio de sete domínios. Foram realizadas associações pelos testes de qui-quadrado e exato de Fisher, seguidos de regressões logísticas binárias para verificar as associações das variáveis contextuais com cada domínio do HeLD-14, adotando-se p<0,05 como nível de significância. Na etapa qualitativa, foram realizadas entrevistas para aprofundar as percepções sobre saúde bucal, sendo interpretadas pela análise de conteúdo. Utilizou-se a estratégia do delineamento paralelo convergente por comparação e a apresentação dos dados foi através de tabelas falantes. Os resultados do primeiro plano indicaram que a maior parte dos responsáveis eram as mães dos pacientes (85,5%) e apresentaram um alto letramento (74,5%), alinhado às percepções qualitativas exploradas no segundo plano. As crianças e adolescentes com menor frequência nas consultas odontológicas são aquelas cujos responsáveis têm menores chances de acesso aos serviços odontológicos (OR=0,205; p=0,027). Os responsáveis com baixa escolaridade têm menores chances de compreender as informações sobre saúde bucal em comparação aos de alta escolaridade (OR=0,033; p=0,015). A frequência com que o paciente pediátrico é levado às consultas odontológicas mostrou-se associada às barreiras econômicas (OR=0,103; p=0,016). Além disso, os responsáveis que nunca levaram as crianças e adolescentes ao dentista ou que o fizeram apenas uma vez têm menores chances de utilizar as informações oferecidas pelos profissionais (OR=0,147; p=0,035). O segundo plano buscou compreender as percepções dos responsáveis sobre saúde bucal e acesso aos serviços odontológicos por uma abordagem qualitativa. Surgiram falas que evidenciaram sobrecarga emocional, dificuldades práticas enfrentadas no cuidado e desigualdades no acesso aos serviços odontológicos. Portanto, observa-se que, embora o nível de LSB dos responsáveis fosse elevado, barreiras sociodemográficas limitaram o acesso aos serviços odontológicos públicos e a utilização das informações sobre saúde bucal na rotina. Essas dificuldades comprometem o cuidado integral necessário para minimizar os impactos das complicações bucais no tratamento oncológico. Destaca-se a relevância de políticas públicas voltadas à equidade no acesso aos serviços odontológicos e de estratégias educativas que capacitem os responsáveis, promovendo melhores desfechos para pacientes oncopediátricos e suas famílias.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1636121 - SIMONE ALVES DE SOUSA
Externo ao Programa - 1647161 - TALITHA RODRIGUES RIBEIRO FERNANDES PESSOA
Externo à Instituição - ARDIGLEUSA ALVES COELHO