PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA (PPGO)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: Yasmin Caldas de Macêdo Abrantes Rodrigues de Oliveira

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: Yasmin Caldas de Macêdo Abrantes Rodrigues de Oliveira
DATA: 19/12/2025
HORA: 09:00
LOCAL: Uso de recursos à distância
TÍTULO: Aplicação da tomografia computadorizada como ferramenta de mensuração do índice orbital para estimativa de sexo em brasileiros
PALAVRAS-CHAVES: Antropologia Forense; Órbita; Índice; Dimorfismo Sexual; Antropometria; Aprendizado de máquina.
PÁGINAS: 107
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Odontologia
RESUMO: A identificação humana necessita de recursos que acompanhem a complexidade das perícias. A estimativa do sexo é indispensável para se traçar o perfil biológico do indivíduo em um processo de identificação de remanescentes humanos. Contudo, o uso de parâmetros estrangeiros em amostras brasileiras muitas vezes é ineficaz. Este estudo objetivou avaliar a aplicabilidade da tomografia computadorizada (TC) na mensuração do Índice Orbital para estimativa de sexo em indivíduos da população brasileira, comparando reconstruções multiplanares (MPR) e tridimensionais (3D). A amostra foi obtida por cálculo amostral (95% de confiança, 5% de erro) sendo composta por 386 tomografias computadorizadas de pacientes realizadas em clínicas particulares, balanceadas por sexo (193 masculinas e 193 femininas) e distribuídas ponderadamente entre as cinco macrorregiões do Brasil. Foram incluídas imagens crânio-faciais completas com FOV que permitisse a visualização integral dos pontos anatômicos orbitários; excluíram-se casos com alterações morfofuncionais, cirurgias, fraturas, neoplasias e de indivíduos com imaturidade óssea (<18 anos). As medidas de altura, largura e IO foram realizadas em MPR e 3D no software gratuito RadiAnt DICOM Viewer 2025.2. A concordância intra e interexaminador foi avaliada em 10% da amostra pelo Coeficiente de Correlação Intraclasse (ICC), apresentando valores excelentes (ICC > 0,90), com protocolo padronizado e mascaramento triplo-cego. As análises estatísticas descritiva e inferencial foram realizadas no software Jamovi 2.3 e Python 3.13.5. A normalidade (Kolmogorov-Smirnov, p > 0,05) e homogeneidade (Levene, p > 0,05) dos dados foram confirmadas, sendo então aplicados testes paramétricos. Houve diferença significativa entre MPR e 3D (t pareado, p < 0,05), com IO médio de 110,59 (± 6,112) no MPR e de 100,57 (± 6,451) no 3D, indicando subestimação do 3D em relação ao MPR (≈8,84%; ± 5,01%). Homens apresentaram maiores dimensões orbitárias lineares que mulheres em ambos as técnicas (p < 0,001), mas o dimorfismo do IO foi confirmado apenas no 3D (p < 0,001), seguindo esta técnica para as análises subsequentes. A reconstrução 3D revelou correlação moderada entre os índices orbitais direito e esquerdo e forte correlação entre essas medidas e o índice orbital médio. A Análise Discriminante Linear (ADL) conduzida com o índice médio demonstrou baixa capacidade discriminatória, explicando 5% da variabilidade entre os sexos e atingindo acurácia global de 60,6%. A curva ROC confirmou discriminação estatisticamente significativa, porém limitada (AUC = 0,637). Os modelos de aprendizado de máquina (Support Vector Machine (SVM), K-Nearest Neighbors (KNN), Decision Tree, Regressão Logística, Multi-Layer Perceptron (MLP), Gradient Boosting e Random Forest) treinados com medidas orbitais 3D apresentaram acurácias entre 0,603 e 0,679 e AUC entre 0,590 e 0,700, indicando desempenho moderado e relativamente homogêneo entre os algoritmos. Em todos os modelos, as larguras orbitais — especialmente a direita — foram as variáveis mais relevantes, enquanto as alturas orbitais exibiram contribuição mínima. Os achados confirmam que tanto as medidas lineares quanto os índices orbitais derivados da reconstrução 3D possuem capacidade discriminatória limitada para estimativa do sexo, mesmo com o emprego de métodos multivariados avançados. Os achados evidenciam que a morfologia orbital obtida por tomografias computadorizadas (MPR e 3D) possuem capacidade discriminatória limitada para estimativa do sexo, dado o baixo efeito das medidas, a ampla sobreposição entre os grupos e o desempenho moderado das abordagens estatísticas e computacionais. Assim, o índice orbital não deve ser usado nem como auxiliares em modelos multivariados, nem como indicadores isolados. A influência da técnica de reconstrução (MPR e 3D) destaca a necessidade de parâmetros morfométricos específicos para a população brasileira, garantindo interpretações mais precisas em aplicações forenses e clínicas.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente(a) - 2571802 - BIANCA MARQUES SANTIAGO
Externo(a) à Instituição - EVELYNE PESSOA SORIANO
Externo(a) à Instituição - MARIA LUIZA DOS ANJOS PONTUAL
Externo(a) à Instituição - PATRICIA MEIRA BENTO
Interno(a) - 2332212 - YURI WANDERLEY CAVALCANTI