PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA (PPGO)
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
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Notícias
Banca de DEFESA: JOSÉ IURY BRAGA BEZERRA
Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JOSÉ IURY BRAGA BEZERRA
DATA: 30/08/2024
HORA: 14:00
LOCAL: Uso de recursos à distância
TÍTULO: Disponibilidade a pagar por procedimentos odontológicos e a relação com
as condições sociais
PALAVRAS-CHAVES: Economia da saúde; Qualidade de vida; Saúde bucal; Odontologia
PÁGINAS: 65
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Odontologia
RESUMO: A disponibilidade a pagar (DAP) é um dos métodos para avaliar a valoração da saúde que se
refere ao processo de atribuir valor, seja econômico e/ou social, aos aspectos relacionados à
saúde. Isso pode envolver a avaliação do impacto econômico de intervenções de saúde, o
valor atribuído à saúde e ao bem-estar das pessoas. Na odontologia pode ser uma ferramenta
valiosa para entender melhor as preferências e prioridades dos pacientes, ajudar na alocação
eficiente de recursos, definir estratégias de precificação, orientar políticas públicas e
melhorar a qualidade dos serviços odontológicos. Essa dissertação tem o objetivo de realizar
estudos sobre a DAP na Odontologia bem como a sua relação com a qualidade de vida e a
participação no programa Bolsa Família (PBF). Para tanto realizou-se dois estudos
apresentados a seguir em dois capítulos: sendo estudos observacionais do tipo transversal, descritivos e analíticos, sobre a DAP por procedimentos odontológicos relacionando a
qualidade de vida e a participação no bolsa família. Participaram desses estudos 438
indivíduos, por meio de formulários digitais da plataforma Google Workspace
(GoogleForms), sendo coletados dados socioeconômicos, sobre a qualidade de vida, carga
de doença bucal, queixa em saúde bucal, preferência por atributos do cuidado em saúde
bucal, além da disponibilidade a pagar por procedimentos odontológicos. Regressões
múltiplas foram geradas entre as variáveis independentes e a DAP por procedimentos
odontológicos, considerando como significativo um valor de p<0,05 e intervalo de confiança
de 95%. A população dos estudos 1 e 2 foi constituída por indivíduos, em sua maioria, do
sexo feminino (63,9%), com escolaridade de ensino superior (93,6%), renda familiar de mais
de 5 salários-mínimos (39,3%), usuários do serviço ou público em geral (64,3%), sem queixa
em saúde bucal (70%) e que apresentam carga de doença bucal até 2 problemas de saúde
bucal. No estudo 1, constatou-se uma correlação negativa, embora fraca, entre o Oral Health
Impact Profile (OHIP) e os procedimentos odontológicos: consulta de rotina (r=-0,173;
p<0,001), restauração de resina (r=-0,177; p<0,001), tratamento endodôntico (r=-0,231;
p<0,001), limpeza de cálculo dentário (r=-0,232; p<0,001) e implante dentário (r=-0,184;
p<0,001). Concluiu-se que à medida que os problemas de saúde bucal impactam menos na
vida das pessoas, elas apresentam maior disponibilidade a pagar pelos diversos
procedimentos odontológicos. No estudo 2, verificou-se que as pessoas que não participam
do PBF apresentaram uma disponibilidade a pagar maior do que quem participar, R$ 464,0
e R$ 400,0 respectivamente (p=0,043) para resolver uma dor de dente com tratamento
endodôntico. Conclui-se que as pessoas que não participam do PBF atribuíram maior
valoração econômico e/ou social para resolver uma dor de dente com tratamento
endodôntico. A partir desses estudos verificou-se que quanto maior o impacto da saúde bucal
na qualidade de vida percebida, a disponibilidade a pagar tende a diminuir. Nesse mesmo
sentido, a pessoas beneficiárias do PBF tendem a ter uma menor disponibilidade a pagar por
tratamentos endodônticos que livrem da dor. Percebeu-se que as questões socioeconômicas
das pessoas se relacionam com o processo de atribuir valor aos aspectos relacionados ao
tratamento de saúde bucal. Espera-se que através dos programas de transferência de renda,
como o Bolsa Família, impacte significativamente na redução da pobreza e desigualdade, melhora na nutrição e saúde, acesso aos serviços básicos e inclusão social o que pode
influenciar positivamente na valoração econômica/social da saúde. Além disso, destaca-se a
necessidade de considerar múltiplos fatores ao analisar a disposição a pagar por serviços de
saúde, uma vez que a qualidade de vida percebida, embora relevante, não é o único
determinante significativo.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1222510 - EDSON HILAN GOMES DE LUCENA
Externo à Instituição - JOSÉ EUDES DE LORENA SOBRINHO
Interno - 2332212 - YURI WANDERLEY CAVALCANTI