PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA (PPGO)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de QUALIFICAÇÃO: ISABELLA PONTES DE MEDEIROS

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ISABELLA PONTES DE MEDEIROS
DATA: 31/10/2024
HORA: 09:00
LOCAL: Auditório do CCS
TÍTULO: Tempo de viabilidade da saliva humana em meio externo para fins de extração e quantificação do DNA
PALAVRAS-CHAVES: Saliva; DNA; Antropologia Forense; Odontologia Legal; Genética Forense.
PÁGINAS: 53
RESUMO: A análise do material genético desempenha um papel crucial nas investigações forenses, especialmente na identificação humana. A saliva tem se destacado como uma alternativa viável e promissora. Nesse sentido, esta dissertação foi organizada em capítulos que se referem a artigos elaborados durante o curso de mestrado. O primeiro capítulo apresenta, por meio de um artigo de revisão de escopo publicado na Revista Brasileira de Odontologia Legal (RBOL), o estado da arte da temática. Com o objetivo de mapear o tempo de viabilidade da saliva humana em meio externo para fins de extração e purificação de DNA, a revisão foi desenvolvida seguindo o protocolo do Joanna Briggs Institute e, previamente registrada na plataforma do Open Sceince Framework (doi: 10.17605/OSF.IO/PN9ET), com buscas realizadas nas seguintes bases: Pubmed, Web of Science, Scopus, LILACS, Cochrane e Google Scholar, sem restrições sobre período de publicação ou idioma. Após a screening inicial dos 283 estudos identificados, seguida de leitura na íntegra para confirmação dos critérios de elegiblidade, foram inclusos 6 estudos na revisão. Bitucas de cigarro, próteses dentárias, pastilhas de compressão dentária, cavidade oral e cartões de FTA foram os substratos descritos como fonte de saliva coletada. A viabilidade do DNA foi verificada em tempos que variaram de 1 dia a 11 anos. Verificou-se que o protocolo de coleta e armazenamento das amostras é um fator que pode influenciar a quantidade e qualidade do material examinado, todavia, observou-se DNA viável em análise realizada uma década após a coleta da saliva e esse foi o tempo máximo de acompanhamento relatado nos estudos. No segundo capítulo, é apresentado um artigo de pesquisa laboratorial, que investigou o tempo de viabilidade do DNA extraído da saliva humana quando exposta a ambiente externo, com o objetivo de avaliar seu potencial para identificação humana. O estudo com caráter experimental, do tipo transversal, contou com a participação de 10 voluntários adultos e saudáveis. Os participantes mascaram um sialagogo e, em seguida, expeliram suas salivas em tubos Falcon estéreis. As amostras foram expostas ao ambiente e analisadas em cinco períodos distintos: imediato, 7, 15, 30 e 60 dias. Posteriormente, respeitando o tempo de análise de cada grupo, as amostras de saliva foram imersas em 800 µL de TRlzol™ Reagent, uma solução empregada para a extração de DNA. Em seguida, foram centrifugadas, utilizando o vórtex, e criopreservadas a -20°C. Na fase seguinte, as substâncias amostrais em fase aquosa, que contém moléculas de DNA, foram recuperadas e transferidas para novos microtubos, sendo misturada com álcool para precipitar as moléculas de DNA após nova centrifugação. Aos tubos contendo amostras sem solução visível, foram adicionados 50 µL de água ultrapura, e depois 8 µL de cada amostra foram retirados e misturados com 10 µL de mastermix e 2 µL de primer B-actin gene. A seguir, a quantidade do material genético foi avaliada utilizando o equipamento PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) em tempo real. Os dados foram analisados estatisticamente no software Jamovi (versão 2.3.21), adotando nível de significância de 5%. Os resultados demonstraram uma perda de aproximadamente 20% na quantidade de DNA, perda essa que se manteve consistente em todas as análises a partir do 7° dia. As variações nos valores de DNA quantificável nos diferentes grupos (tempo) não demonstraram diferença estatisticamente significante (ANOVA para medidas repetidas; p = 0,475). Os resultados indicam que a saliva exposta por 60 dias ao meio externo ainda é viável para fins de identificação humana. Pode-se concluir que os dois artigos se complementam, visto que o primeiro artigo demonstra o que se sabe sobre o tema e as lacunas do conhecimento na temática, a falta de um protocolo específico de coleta e armazenamento da saliva, bem como a definição do tempo limite máximo em que a saliva deixa de ser viável. E o segundo artigo explora essa última lacuna ao desenvolver uma pesquisa experimental que demonstra que a saliva é um substrato viável para identificação humana mesmo após a sua exposição ao meio durante 60 dias. E que novos estudos são necessários para oferecer uma visão mais ampla sobre o potencial da saliva como uma ferramenta poderosa na odontologia forense.
MEMBROS DA BANCA:
Interno - 088.717.464-73 - ISLA CAMILLA CARVALHO LAUREANO - UEPB
Presidente - 2405870 - LEOPOLDINA DE F DANTAS DE ALMEIDA
Externo à Instituição - RHONAN FERREIRA DA SILVA