PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA (PPGO)
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
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Notícias
Banca de QUALIFICAÇÃO: RAIANA GURGEL DE QUEIROZ
Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: RAIANA GURGEL DE QUEIROZ
DATA: 09/12/2024
HORA: 14:30
LOCAL: Auditório do Núcleo de Estudos e Pesquisas Interdisciplinares em Biomateriais
TÍTULO: Prevalência de cárie dentária, literacia e acessibilidade ao dentifrício
fluoretado: um estudo comparativo em zona rural e urbana da Paraíba
PALAVRAS-CHAVES: Cárie Dentária; Dentifrícios; Inquéritos de Saúde Bucal;
Vulnerabilidade Social; Letramento em Saúde.
PÁGINAS: 104
RESUMO: Baixo nível educacional e limitação de acesso a serviços de saúde bucal
são frequentes em populações de zonas rurais. Isto pode levar ao desenvolvimento
da doença cárie e piores condições bucais. Dados sobre prevalência de cárie
dentária comparando a situação domiciliar (rural e urbana) na Paraíba (PB) são
escassos. Nesse sentido, o objetivo do presente estudo foi realizar um inquérito
epidemiológico de cárie dentária e fatores determinantes e moduladores da doença
em zona rural e urbana de Alhandra, PB. Em adição, objetivou-se: a) estimar a
eficácia e segurança da água potável e de dentifrícios consumidos por crianças (5 a
12 anos) expostas a baixos teores residuais de fluoretos na água; b) comparar os
resultados de eficácia e segurança de Alhandra com uma zona rural com
moderados teores residuais fluoretos na água de beber (São João do Rio do Peixe,
sertão). Trata-se de um estudo epidemiológico dividido em duas fases: Fase 1)
estudo observacional transversal; Fase 2) estudo exploratório, observacional e de
campo com análises laboratoriais complementares. Para a fase 1, todos os
residentes permanentes da zona rural com idades entre 5, 12, 15 a 19, 35 a 44 e 65
a 74 anos foram convidados a participar do estudo e 50 foram incluídos. Em
seguida, selecionou-se moradores de mesma idade e sexo na zona urbana,
totalizando 100 participantes. Durante visita domiciliar, os participantes foram
entrevistados quanto às condições socioeconômicas e comportamentais, qualidade
de vida relacionada à saúde bucal (OHIP-14 e SOHO-5), dieta e taxa de
acessibilidade ao dentifrício fluoretado (FTAR). Uma única examinadora calibrada
(Kappa = 0,73) fez exame clínico intrabucal para avaliação do índice CPO-d/ceo-d
(OMS, 1997). Por último, aplicou-se o questionário de literacia em saúde bucal para
adultos (BOHAL-AQ). Os dados foram digitados no software Excel e a análise estatística será realizada através do Software JAMOVI, considerando o valor de
p<0,05. Espera-se gerar novas informações para manutenção em saúde bucal de
populações vulneráveis e dar suporte às políticas públicas que possibilitem o
acesso ao dentifrício fluoretado e controle da doença cárie. Na fase 2, a amostra
incluiu crianças de 5 a 12 anos estudantes de uma escola municipal rural do litoral
(n=25) e do sertão (n=25). Coletou-se amostras de água potável (n=8) e de
dentifrícios (n=50). As concentrações de fluoretos (Fluoreto Total-FT; Fluoreto
Solúvel Total-FST; Fluoreto iônico-FI) foram determinadas por eletrodo íonespecífico, expressas em ppm F (mg/L em água e μg F/g de dentifrício). As médias
de concentrações de fluoretos em água potável no Litoral (n=4, superfície) e no
Sertão (n=4, cisterna e poço) variaram de 0,15 a 0,52 ppm F e 0,07 a 0,96 ppm F,
respectivamente. As médias e os desvios padrão (DP) das concentrações de FT,
FST e FI dos dentifrícios no litoral foram de 859 (212), 722 (157) e 417 (337),
respectivamente. No sertão os valores correspondentes foram 860 (199), 715 (179)
e 490 (282). A diferença da média de concentração de FT esperado e encontrado
em dentifrícios de 1450 ppm F foi maior no sertão (586, Intervalo de Confiança (IC)
95%, 497 - 676) em comparação ao litoral (470, IC 95%, 341 - 599) e para os
dentifrícios de 1100 ppm F, o litoral demonstrou maior média de diferença (383, IC
95%, 308 - 458) em comparação ao sertão (282, IC 95%, -385 - 949). Quanto à
concentração de FST, apesar de 56% das amostras apresentarem valores acima de
700 ppm F, somente 6% estavam acima de 1000 ppm F. Em conclusão, as duas
regiões apresentaram concentrações de fluoretos em água potável e em dentifrícios
seguras para consumo humano. No entanto, enquanto águas de superfície (litoral) e
de cisterna (sertão) não apresentaram benefício anticárie e risco para fluorose, a
água subterrânea do sertão obteve máximo benefício anticárie com risco moderado
de fluorose para crianças. A maioria das crianças utiliza dentifrício fluoretado com
potencial anticárie e somente 10% estavam próximos do vencimento, indicando que
há reposição de estoque do produto nessas áreas. Este estudo auxilia na
implementação de políticas públicas e estratégias individuais e coletivas de
promoção e prevenção da saúde bucal.
MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - ANDREZA CRISTINA DE LIMA TARGINO
Presidente - 2380400 - FRANKLIN DELANO SOARES FORTE
Externo ao Programa - 1647161 - TALITHA RODRIGUES RIBEIRO FERNANDES PESSOA