PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA (PPGO)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

Telefone/Ramal
3216-7797

Notícias


Banca de QUALIFICAÇÃO: AYLA MIRANDA DE OLIVEIRA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: AYLA MIRANDA DE OLIVEIRA
DATA: 10/12/2024
HORA: 15:00
LOCAL: Auditório do PPGO
TÍTULO: Fatores associados entre o aparecimento dos sinais e sintomas e início de tratamento do câncer infantojuvenil: um estudo com abordagem mista
PALAVRAS-CHAVES: Detecção Precoce de Câncer; Pediatria; Diagnóstico Tardio; Atraso no Tratamento; Itinerário Terapêutico
PÁGINAS: 72
RESUMO: Introdução: O diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil ainda é um grande desafio devido aos sinais e sintomas serem facilmente confundidos com doenças que são comuns na infância, o que afeta diretamente no prognóstico da doença. O reconhecimento precoce por parte da família e profissionais da saúde é imprescindível para melhores desfechos do quadro geral da doença. Objetivos: Compreender a percepção dos responsáveis sobre o percurso para o diagnóstico e início de tratamento do câncer infantojuvenil e identificar fatores associados ao tempo para o diagnóstico e início do tratamento. Metodologia: Tratou-se de um estudo analítico do tipo observacional, transversal e com abordagem mista sendo utilizado o planejamento dos procedimentos de métodos mistos convergentes. Essa pesquisa foi realizada no Setor de Pediatria do Hospital Napoleão Laureano. Os participantes foram os responsáveis das crianças e adolescentes em tratamento ou manutenção. A etapa quantitativa teve amostra composta por 26 participantes, a partir do método não probabilístico de amostragem por conveniência. A amostra da etapa qualitativa foi definida por saturaçaõ teórica. Os dados foram coletados mediante entrevista individual seguindo um roteiro semi-estruturado (técnica de grupo nominal) e ficha clínica para a obtenção dos dados sociodemográficos, econômicos e inerentes à neoplasia do paciente. As entrevistas foram gravadas, transcritas e submetidas à análise de conteúdo. Os dados quantitativos coletados foram organizados e analisados através do software Jamovi (versão 2.3.26) no qual obteve-se a análise descritiva. Após realização do teste de normalidade Kolmogorov-Smirnov, os dados foram submetidos aos testes de diferença entre grupos (Mann-Whitney e Kruskal-Wallis). As faixas de tempo consideradas para análises foram: data de admissão no centro de referência até o diagnóstico (D1); data do diagnóstico ao início de tratamento (D2). Estes intervalos foram analisados por meio dos testes de associação (Qui-Quadrado e Exato de Fisher) com as variáveis sociodemográficas e econômicas dos responsáveis, e sociodemográficas, econômicas e clínicas do paciente. As abordagens qualitativa e quantitativa tiveram pesos iguais na análise dos dados. Resultados: Na etapa qualitativa participaram 18 responsáveis em que 88,9% (n=16) eram do sexo feminino, com média de idade geral de 35.3 anos (DP=± 6,89). A partir da análise das falas observou-se que os responsáveis, inicialmente, realizaram o tratamento dos sinais e sintomas em casa e ao buscarem os serviços de saúde, a investigação clínica foi insuficiente, colaborando para o atraso no diagnóstico. A falta de conhecimento por parte dos profissionais da saúde em suspeitar do câncer, ausência de exames clínicos detalhados e a peregrinação nos serviços de saúde, levaram os responsáveis a terem sentimentos de culpa e raiva antes e após o diagnóstico. Em alguns casos, após a entrada no centro especializado, ainda houve dificuldade na identificação do tipo de neoplasia pela falta de exames mais específicos. Na análise quantitativa, participaram 26 responsáveis, sendo 92,3% (n=24) do sexo feminino, com média de idade geral de 35.0 (DP=±6.55), 84,6% (n=22) autorreferenciaram-se de cor parda e 30,8% (n=8) moravam na capital da Paraíba. Houve associação estatística do primeiro intervalo (D1) com as variáveis faixa etária do paciente (p<0,003) e o tipo de neoplasia (hematológico ou sólido) (p<0,002). Não houve diferença entre os grupos quando avaliada a quantidade total de dias (D1e D2) com as variáveis sociodemográficas, econômicas ou clínicas. Conclusão: O diagnóstico do câncer ainda enfrenta inúmeras barreiras relacionadas ao percurso inicial (investigação inadequada dos sinais e sintomas, peregrinação nos serviços de saúde, falta de conhecimento pelos profissionais) e, a depender da faixa etária do paciente e o tipo de câncer que ele apresenta, ainda pode ter uma maior demora dentro do centro especializado oncológico para a especificação do câncer.
MEMBROS DA BANCA:
Externo ao Programa - 7311314 - ANA MARIA GONDIM VALENCA
Presidente - 2380400 - FRANKLIN DELANO SOARES FORTE
Externo à Instituição - RENATA CARDOSO ROCHA MADRUGA