PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA (PPGO)
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
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Notícias
Banca de DEFESA: PAULA MARIA MARACAJÁ BEZERRA
Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: PAULA MARIA MARACAJÁ BEZERRA
DATA: 18/12/2024
HORA: 14:00
LOCAL: Auditório do PPGO
TÍTULO: Desenvolvimento e implementação de um programa de telemonitoramento
odontológico para pacientes oncológicos pediátricos
PALAVRAS-CHAVES: Telemonitoramento; Design Centrado no Usuário; Teleoncologia;
Teleodontologia; Odontopediatria.
PÁGINAS: 90
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Odontologia
RESUMO: A vigilância da saúde bucal em pacientes oncopediátricos é determinante para o
diagnóstico precoce de comorbidades associadas. Contudo, a distância física
entre o profissional de saúde e o paciente pode constituir uma limitação
significativa na abordagem clínica. Nesse cenário, o telemonitoramento emerge
como uma estratégia promissora para assegurar a continuidade do cuidado e a
monitorização adequada das condições bucais desses pacientes. Objetivou-se
desenvolver e implementar um aplicativo de Telemonitoramento Odontopediátrico
para um serviço de Oncologia TON. Para isto, foram delineadas duas etapas
metodológicas: desenvolvimento de aplicação móvel e análise de implementação.
O desenvolvimento do aplicativo se deu por meio de uma abordagem de Design
Thinking em três estágios: imersão, ideação e prototipação. Para a imersão, formou-se um painel de especialistas para definir as principais lacunas na
assistência odontológica presencial aos pacientes pediátricos oncológicos e
investigar o perfil do público-alvo do aplicativo. Durante a ideação, quatro
principais soluções remotas foram propostas para o cenário: exame remoto, diário
de higiene oral, educação em saúde e chat instantâneo. Tais soluções foram
viabilizadas na etapa de prototipação, mediante fluxo de navegação simplificado e
identidade visual proposta para transmitir confiança para os usuários. Quanto à
avaliação do processo de implementação do TON, foi realizada à luz do modelo
teórico RE-AIM, sendo avaliados por esta tese os eixos da efetividade (E) e da
adoção (A). A efetividade foi avaliada por um estudo de acurácia diagnóstica, no
qual o exame remoto das mucosas orais realizado por meio do TON por três
avaliadores foi comparado com o exame clínico presencial (referência diagnóstica)
para os desfechos mucosite oral (MO) e mucosite oral grave (MOG). Os exames
clínicos de mucosas orais por sítios foram as unidades amostrais do estudo
(n=120). Parâmetros de acurácia e o coeficiente Kappa foram calculados para
cada desfecho (α=5%). Já adoção da intervenção a nível coletivo, foi avaliada por
meio da análise da usabilidade do software. Esta foi acessada por meio de um
estudo de métodos mistos, com abordagem paralela convergente e peso similar
para a etapa quantitativa, cujo instrumento de coleta de dados foi o System
Usability Scale (SUS) e para a etapa qualitativa, que utilizou um roteiro de
entrevista semiestruturado. A coleta de dados foi realizada até a saturação teórica
para a etapa qualitativa (n=14). Para a etapa quantitativa foi utilizada uma amostra
não probabilística acessível (n=20). A análise dos dados integrou estatística
inferencial com testes de correlação e o teste U de Mann-Whitney (α=5%) e a
técnica de análise de conteúdo de Bardin. O exame remoto de mucosas obteve
parâmetros satisfatórios de acurácia para o diagnóstico de MOG para os três
examinadores: sensibilidade de 100%; especificidade superior a 92,3%; acurácia
variando entre 92,5% a 97,5%. Já para a detecção de MO, o desempenho do teste
foi inferior: sensibilidade entre 25% a 45%; especificidade entre 85% e 98%;
acurácia entre 78% a 85,8%. O desempenho geral do exame remoto, avaliado a
partir da combinação dos resultados de três examinadores, consolidando MO e MOG um único desfecho clínico, demonstrou uma capacidade discriminatória
limitada, com uma AUC de 0,60, acurácia de 82,7%, sensibilidade de 36,6% e
especificidade de 92%. Quanto à adoção da intervenção, a usabilidade média do
TON foi de 86,6 (±10,4). A partir das 14 entrevistas realizadas, depreendeu-se que
os usuários reconhecem a utilidade do TON e apontam como principais
facilitadores do uso sua interface fácil, o suporte profissional e a segurança dos
dados. No entanto, destacam como entraves ao uso os problemas técnicos do
aplicativo, rotina exaustiva dos cuidadores e falta de colaboração das crianças
para realização dos exames. Dentre as sugestões dadas, estiveram o envio de
notificações, gamificação e implementação de ligação por vídeo. O aplicativo
TON representa um avanço no atendimento odontológico oncopediátrico,
oferecendo uma solução implementável, bem aceita pela população-alvo e com
potencial para auxiliar na identificação de alterações em mucosas orais,
especialmente lesões de MOG, em crianças e adolescentes em tratamento
oncológico.
MEMBROS DA BANCA:
Externo ao Programa - 7311314 - ANA MARIA GONDIM VALENCA
Externo à Instituição - ARNALDO DE FRANÇA CALDAS JÚNIOR
Externo à Instituição - MARIA LUIZA DOS ANJOS PONTUAL
Presidente - 1636121 - SIMONE ALVES DE SOUSA
Interno - 2332212 - YURI WANDERLEY CAVALCANTI