PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA (PPGO)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: RAIANA GURGEL DE QUEIROZ

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: RAIANA GURGEL DE QUEIROZ
DATA: 19/02/2025
HORA: 14:00
LOCAL: Uso de recursos à distância
TÍTULO: LITERACIA, CÁRIE DENTÁRIA, EFICÁCIA E SEGURANÇA DOS FLUORETOS E ACESSIBILIDADE AO DENTIFRÍCIO FLUORETADO EM ZONA RURAL DA PARAÍBA
PALAVRAS-CHAVES: Cárie Dentária; Dentifrícios; Inquéritos de Saúde Bucal; Vulnerabilidade Social; Letramento em Saúde.
PÁGINAS: 115
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Odontologia
RESUMO: Baixo nível educacional e limitação de acesso a serviços de saúde bucal pode levar a condições bucais desfavoráveis em populações rurais. Dados sobre prevalência de cárie dentária em áreas rurais são escassos na Paraíba (PB). Este estudo estabeleceu diferentes objetivos a partir de dois planos de análise (PA). O PA 1 (artigo 1) foi um inquérito epidemiológico de cárie dentária e fatores determinantes e moduladores da doença em zona rural e urbana de Alhandra, PB. Tratou-se de um estudo epidemiológico observacional transversal. Todos os residentes permanentes da zona rural com idades entre 5, 12, 15 a 19, 35 a 44 e 65 a 74 anos foram convidados a participar do estudo e 50 foram incluídos. Em seguida, incluiu-se 50 moradores (“match pair” para idade e sexo) da zona urbana, totalizando 100 participantes. Durante visita domiciliar, os participantes foram entrevistados quanto às condições socioeconômicas, comportamentais e taxa de acessibilidade ao dentifrício fluoretado (FTAR). Uma equipe de examinadores calibrados (Kappa>0,60) fez exame clínico intrabucal para avaliação do índice de cárie dentária (CPO-d/ceo-d) (OMS, 1997) e aplicou-se o questionário de literacia em saúde bucal (LSB) para adultos (BOHAL-AQ). Os dados foram digitados no Excel e analisados no JAMOVI, considerando p<0,05. Para dados normais, utilizou-se o teste T de Student e ANOVA fatorial com pós teste de Tukey; para dados não normais, Mann-Whitney U e Kruskal-Wallis com comparações múltiplas Dwass-Steel-Critchlow-Fligner. Efetuou-se o teste de correlação de Pearson (dados normais) e de Spearman (dados não normais) entre CPO-d, FTAR e LSB. O PA2 (artigo 2) foi um estudo exploratório, observacional e de campo com análises laboratoriais complementares: amostras de água potável (n=8) e de dentifrícios (n=50). O objetivo foi estimar a eficácia e segurança da água potável e de dentifrícios consumidos por escolares (5 a 12 anos) de zona rural expostos a diferentes teores de fluoretos (F- ) em duas localidades: A) Alhandra, litoral, PB (n=25, baixos teores de F- na água de beber; B) São João do Rio do Peixe, sertão, PB (n=25, níveis moderados de F- na água de beber). As concentrações de F- (Fluoreto Total-FT; Fluoreto Solúvel Total-FST; Fluoreto iônico-FI) foram determinadas por eletrodo íon-específico, expressas em ppm F. Os resultados do PA 1 mostraram que as médias de CPO-d (desvio padrão) na zona rural foram 2,20 (3,68), 0,91 (0,94), 1,00 (1,05), 6,10 (3,04), 8,10 (1,66) para grupos de 5, 12, 15–19, 35–44 e 65–74 anos, respectivamente. Enquanto na zona urbana foram 4,10 (3,11), 0,90 (1,52), 1,10 (1,66), 5,80 (3,74), 6,90 (4,18), respectivamente. Quanto à LSB, 55% dos entrevistados na zona rural apresentaram LSB inadequada, 20% marginal e 10% adequada; na zona urbana, os valores foram 50%, 20% e 15%, respectivamente. Não houve diferença estatística significativa na LSB dos adultos entre zonas (p=0,331) e escovação dentária (p=0,408), mas houve para escolaridade (p<0,001), com maior LSB entre adultos com Ensino Médio e Superior nas duas zonas. Para idosos, não houve diferença estatística significativa para LSB entre zonas (p=0,269), escolaridade (p=0,405) e escovação dentária (p=0,222). O dentifrício fluoretado foi inacessível para 5,88% dos participantes na zona rural e 2,04% na urbana. Houve correlação inversa moderada (휌=-0,681) entre LSB e FTAR entre adultos da zona rural. O PA 2 mostrou que a média de FT dos dentifrícios ficou em torno de 850 ppm F no litoral e sertão. A maioria dos dentifrícios apresentou FST>700 ppm F (56%) e somente 6% estavam acima de 1000 ppm F. Para FI, os valores ficaram entre 400-500 ppm F, sendo mais elevados no sertão. As médias de concentrações de F- em água potável no litoral e no sertão variaram de 0,15 a 0,52 ppm F e 0,07 a 0,96 ppm F, respectivamente. Conclui-se que a zona rural apresentou médias de ceo-d/CPO-d similares às da zona urbana, menor acessibilidade ao dentifrício fluoretado e maior proporção de LSB inadequada. Além disso, embora as concentrações de F- em água potável e dentifrícios sejam seguras para consumo humano, a água de beber não apresenta benefício anticárie e os dentifrícios contém FST<1000 ppm F. Portanto, há um indicativo de maior vulnerabilidade na zona rural, onde, mesmo com acesso ao dentifrício, sua eficácia pode estar comprometida. Este estudo auxilia na implementação de políticas públicas e estratégias individuais e coletivas de promoção e prevenção da saúde bucal.
MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - ANDREZA CRISTINA DE LIMA TARGINO
Presidente - 6337281 - FABIO CORREIA SAMPAIO
Interno - 2380400 - FRANKLIN DELANO SOARES FORTE